Papel do solo para a produção mundial de alimentos será debatido no Brasil em 2018

​A cidade do Rio de Janeiro vai receber mais de 8 mil profissionais de 130 países, entre os dias 12 e 17 de agosto de 2018, quando acontecerá o XXI Congresso Mundial de Ciência do Solo

11.12.2017 | 21:59 (UTC -3)
Carlos Dias​

A cidade do Rio de Janeiro vai receber mais de 8 mil profissionais de 130 países, entre os dias 12 e 17 de agosto de 2018, quando acontecerá o XXI Congresso Mundial de Ciência do Solo (21st WCSS), promovido pela International Union of Soil Science e organizado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), tendo como tema “Ciência do solo: para além da produção de alimentos e de energia”. De acordo com o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Flávio Camargo, presidente do 21WCSS, “o país e o mundo têm uma trajetória consolidada na produção de biomassa, que é a função primordial do solo. Entretanto, se as outras funções do solo não forem debatidas, consideradas e priorizadas, poderemos comprometer a sustentabilidade desta produção e da vida no planeta”.

O evento, que terá como sede o Windsor Covention & Expo Center (Barra da Tijuca), trará para o Brasil cientistas como o norte-americano Rattan Lal, presidente da União Internacional de Ciência do Solo, eleito por três anos seguidos (2014,15 e 16) pela Thomson Reuters um dos mais influentes pesquisadores do mundo. Outro nome confirmado é o também norte-americano de origem etíope Gebisa Ejeta, que, no começo de sua carreira, nos anos 80, trabalhando no Sudão, desenvolveu a primeira variedade comercial de sorgo híbrido resistente à seca da África. Seu esforço o levou a receber, em 2009, o World Food Prize. Em 2011 o então presidente Barack Obama o nomeou como membro do Conselho Internacional de Alimento e Desenvolvimento Agrícola. Também agraciado com o World Food Prize, em 2002, Pedro Sanchez, professor de solos tropicais no Departamento de Ciências do Solo e da Água da Universidade da Flórida (EUA) é um dos maiores nomes em solos tropicais do planeta, e também estará no Rio de Janeiro.

“Nas próximas décadas, a pesquisa em ciência do solo deverá propor práticas agrícolas resilientes que possam acomodar as alterações ambientas e climáticas e a segurança alimentar. O estudo do solo é essencial e estratégico para questões como a qualidade da água, a diminuição da pobreza e a produção de energia renovável”, lembra Camargo, ressaltando a importância do Brasil receber o XXI CMCS, que acontecerá pela primeira vez na América Latina. Por sinal, a candidatura brasileira foi aprovada no XIX Congresso, que aconteceu em Brisbane (Austrália), em 2010.

A Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) será uma das co-organizadoras, contribuindo na captação de recursos, na feira de solos, nas excursões técnicas de campo, nas ações de consumo responsável, inventário e neutralização de gases de efeito estufa e reciclagem de resíduos secos e úmidos no evento. “Na feira teremos a exibição de perfis de solos de todas as classes da terra brasileira, contaremos também com uma exposição histórica da Ciência do Solo Brasileira, com destaque para a parceria SBCS-Embrapa, iniciada há mais de 70 anos no Rio de Janeiro. Também faremos o lançamento mundial do Programa Nacional de Solos do Brasil, Pronasolos”, conta o chefe de pesquisa e desenvolvimento do centro de pesquisa carioca José Carlos Polidoro.

O site do XXI Congresso Mundial de Ciência do Solo está em www.21wcss.org .

 


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