Pacto pela mandiocultura é firmado em Vitória da Conquista/BA

15.06.2012 | 20:59 (UTC -3)
Cris Sacramento

A Secretaria da Agricultura, a Embrapa, o Instituto Biofábrica do Cacau, Fundação José Carvalho e as cooperativas Coopasub, Coopamido, e Coopatam firmaram um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento da cadeia da mandioca, inovando em métodos de assistência técnica e rural, e na produção de manivas-sementes de alta qualidade genética e sanitária. A assinatura desse pacto pela mandiocultura aconteceu nesta quinta-feira (14) durante reunião da Câmara Setorial da Mandioca e Derivados, em Vitória da Conquista, na sede da Coopasub.

O secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, explicou que “esta é a primeira etapa do Programa Estadual da Mandiocultura, que visa estruturar a cadeia”, acrescentando que as ações estão sendo iniciadas a partir das cooperativas Coopasub e Coopamido, em Conquista e em Laje. Além de visar também recolocar a Bahia na liderança do ranking da produção de mandioca, as ações que estão sendo desenvolvidas são estruturantes para a convivência com a seca. A mandioca é uma cultura presente em todos os municípios baianos. O superintendente de Agricultura Familiar da Seagri (Suaf), Wilson Dias, e o presidente da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Elionaldo Telles, também participaram do evento.

Com 3,4 milhões de toneladas ano, e ocupando a terceira posição em produção, atrás apenas do Pará e Paraná, o Estado dá passos largos no fortalecimento de uma das culturas mais resistentes e tolerantes à seca. O pacto representa uma nova era para a mandiocultura na Bahia, atingindo 215 municípios de 11 Territórios de Identidade, com a implantação da Rede de Multiplicação e Transferência de Materiais Propagativos com Qualidade Genética e Fitossanitária (Reniva).

Para o secretário e também presidente da Câmara Setorial da Mandioca, o Projeto Reniva concebe “uma das etapas do planejamento estadual para a Cadeia da Mandiocultura, na medida em que responde às solicitações da Câmara Setorial da Mandioca”.

A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) são responsáveis por realizarem a captação das manivas-sementes, que vão para Embrapa para serem preparadas e depois encaminhadas aos viveiristas, para multiplicação e distribuição aos agricultores. “Os resultados são progressivos geometricamente e atrelados aos objetivos principais. A Rede vai atuar nas áreas de maior aptidão, atendendo a mais de 43 mil agricultores familiares”, disse Salles.

Segundo o supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Carlos Estevão Leite, o órgão é responsável por aquilo que ele chama de “veia científica”, baseada em três aspectos principais. “O primeiro diz respeito à sanidade do material propagativo, ou seja, das manivas produzidas com alta qualidade genética, obtida através do reconhecimento técnico e recolhimento de material que tenha bons resultados. Ou também pode ser obtido através do melhoramento genético que desenvolvemos, e que é capaz de apresentar soluções para áreas em que prevalecem materiais de baixa produtividade” esclarece Leite.

Para o presidente da Coopasub, Izaltiene Rodrigues, a Rede deve atender a cerca de 60% dos agricultores na região de Vitória da Conquista, até o final do projeto. “Muitos fazem parte da fecularia, que fica no povoado de Corta Lote, e que tem capacidade para beneficiar até 100 toneladas de mandioca, mas tem operado abaixo desse índice por causa da intensa estiagem que reduziu a produção da raiz em todo Estado”.

A assistência técnica e extensão rural, e gestão de tecnologias das Unidades Experimentais em Demonstração (UEDs) da Rede ficarão a cargo da EBDA. O coordenador do Projeto de Mandioca do Estado, Ozório Vasconcelos, diz que o método compara-se com a metodologia tradicional do agricultor, o chamado teste de São Tomé. “É preciso que o agricultor veja e participe, acompanhando de perto, para que ele se torne, ao final do ciclo, um difusor dessa técnica inovadora na comunidade onde ele participa”, explica.

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