Bayer CropScience lança Belt e inaugura uma nova classe de inseticidas
Há uma década, a população mundial chegou a 6 bilhões de habitantes. Em três anos, ultrapassará a barreira dos 7 bi habitantes e daqui a menos de duas décadas superará os 8 bilhões de pessoas. Na sequência, num ritmo que gira em torno de 20 anos, outro bilhão de bocas serão acrescentadas ao consumo.
Esses números, apresentados pelo economista Ricardo Amorim em sua apresentação no 4º Workshop Negócios & Tendências na Pecuária de Corte, realizado em meados de maio em Goiânia (GO), tem uma relação direta com a produção de carne vermelha para suprir a demanda atual – que em muitas regiões ainda está abaixo do patamar mínimo recomendado pela FAO – e, especialmente, para ampliar a oferta, atendendo a essa necessidade crescente.
“Todos os olhos estão voltados para o Brasil”, sentenciou Amorim, para uma atenta plateia de mais de 500 pecuaristas, consultores, técnicos e empresários ligados à cadeia da carne bovina. Ele foi além: “Nenhum outro país tem, como o Brasil, tanto espaço para crescer na produção. Nossa produção agropecuária ocupa 60 milhões de hectares e há, ainda, outros 320 milhões de hectares de áreas agriculturáveis para produção de alimentos de origem vegetal e animal. Sem contar a Amazônia”.
Outra informação apresentada por Ricardo Amorim e que precisa ser levada em conta pelo mercado: o mapa do consumo está mudando. “A demanda está se deslocando dos Estados Unidos e da Europa para a Ásia, especialmente China, Índia e Rússia”.
A Merial Saúde Animal, empresa líder em produtos para saúde animal, está atenta a esse movimento. Nos últimos dez anos, a empresa investiu US$ 50 milhões em seu complexo industrial de Paulínia (SP), capacitando-o para atender às exigências de todos os importadores de produtos veterinários. Entre os certificados obtidos, estão os do FDA (EUA) e GMP (União Europeia). “O crescimento mundial está nos países emergentes e a Merial está atenta a isso. Nossa unidade brasileira já exporta para dezenas de países e novos investimentos estão previstos para intensificar a qualificação das nossas unidades e oferecer ainda mais segurança aos produtores que utilizam os nossos produtos”, informou Amauri Cavalheiro, diretor da Unidade de Grandes Animais da Merial Saúde Animal, uma das promotoras do workshop.
Cavalheiro ressaltou que “no novo cenário surge outro desafio para o setor produtivo. “Muito mais do que aumentar a oferta de alimentos, é essencial aumentar a produtividade, sendo mais eficiente. Além disso, o mundo passará a olhar com muito mais atenção para a rastreabilidade da cadeia produtiva e não apenas da carne, o produto final. Ou seja: muito em breve, os importadores quererão saber quais são os fornecedores de insumos – medicamentos veterinários, inclusive – utilizados pelos animais. A Merial está pronta para atender a essa necessidade”, explicou.
Celso Mello, diretor comercial da Nutron Alimentos, empresa líder em suplementação mineral para animais de produção no Brasil, que promoveu o 4º Workshop Negócios & Tendências na Pecuária de Corte, em parceria com a Merial, incorporou um novo componente à necessidade de melhoria dos índices produtivos da atividade no Brasil, de modo a atender à crescente demanda global: a assistência técnica. “É preciso ouvir o campo e entender suas prioridades para ajudar o setor produtivo a aumentar a oferta de carne bovina com qualidade e sem esquecer a rentabilidade”, assinalou Mello.
A Nutron faz a sua parte. A empresa conta com 3 unidades fabris e um centro de pesquisas, além 650 colaboradores e uma equipe de 110 profissionais técnicos a campo para auxiliar os produtores a ter o melhor pacote nutricional disponível no mercado, atendendo ás principais exigências nacionais e internacionais como BPF, HCCP, Global Gap e IN65. “As indústrias de insumos precisam estar atentas não apenas às demandas atuais, mas também às necessidades futuras, considerando os avanços zootécnicos e também as exigências dos importadores”, enfatizou Celso Mello. “O Brasil não é líder em produção e exportação de proteínas animais – carne bovina, suína e de frangos – por acaso. Temos competência para produzir com eficiência e baixo custo. Por exemplo: a alimentação representa cerca de 60% dos custos da produção de um quilo de carne bovina. Assim, os avanços nutricionais nesse segmento se refletem diretamente no bolso do pecuarista. Ele tem de saber que pode contar conosco”, disse o diretor da Nutron aos atentos produtores presentes.
Tecnologias essenciais – Num ponto central os palestrantes do 4º Workshop Negócios & Tendências na Pecuária de Corte concordam: o uso intensivo de tecnologias em sanidade, nutrição e genética é o único caminho para o pecuarista produzir mais e melhor e obter rentabilidade. “O produtor que não se preocupar em incorporar as inovações que a indústria coloca à sua disposição muito em breve estará fora do mercado”, afirmou o consultor Mauricio Palma Nogueira.
“As ferramentas disponíveis ao pecuarista são muitas e têm custo/benefício extremamente positivo para o produtor”, complementou Henry Berger, gestor do Projeto Igenity, de marcadores moleculares. A análise do DNA do bovino é uma dessas novas tecnologias que contribuem para a maior rentabilidade da criação.
No workshop, Berger apresentou em primeira mão ao mercado o mais novo marcador molecular Igenity: o de eficiência alimentar para as raças taurinas. “É preciso saber quais animais são mais eficientes na transformação dos nutrientes que ingerem em carne porque quanto menos tempo eles levarem para ganhar o peso de abate e mais qualidade de carcaça tiverem mais lucro eles proporcionarão ao produtor”, ressalta o gestor do Projeto Igenity.
Além disso, quanto menos tempo o animal ficar no pasto ou no cocho menos alimentos ele necessitará para sua manutenção, consumirá até 12% menos nutrientes e, também, produzirá de 9% a 12% menos de gás metano, cumprindo uma função ambiental importante.
O médico veterinário Pedro Terencio, da Nutron Alimentos, também levou ao workshop exemplos de tecnologias nutricionais que comprovadamente ajudam o pecuarista a produzir mais a custos menores. “Para começar, é preciso selecionar os animais certos para o seu tipo de negócio”, recomendou. “A melhor conversão alimentar é o alvo. O animal tem de consumir o mínimo possível de alimentos para converter em um quilo de carne. Para isso, há aditivos e técnicas disponíveis, incluindo o aumento da densidade energética”, diz o técnico.
Terencio enfatizou a necessidade de o pecuarista contar com indicadores claros para buscar o melhor resultado. “A pecuária é uma atividade extremamente profissional, que não aceita mais amadorismo. É fundamental que o produtor saiba onde quer chegar e utilize ferramentas para medir o desempenho. Assim, alcançará o objetivo mais rápido e com custo reduzido”, explicou o médico veterinário da Nutron.
O especialista também ressaltou a necessidade de a indústria estar próxima do produtor. “É nossa função no mercado”, disse. “Precisamos cumprir nossa função de orientação técnica, colocando à disposição do pecuarista os conhecimentos que ele necessita, sempre tendo como alvo a manutenção do animal o menor período possível no confinamento ou no pasto”.
Preocupação ambiental – A tecnologia contribui para o pecuarista melhorar os seus indicadores de produção e, além disso, permite obter mais lucro com respeito ao meio ambiente. Para o consultor Mauricio Palma Nogueira, palestrante do 4º Workshop Negócios & Tendências na Pecuária de Corte, está aí um fator indispensável nos dias atuais. “A grande contribuição da pecuária para o meio ambiente é o aumento da produtividade, porque os animais atingem o peso de abate mais cedo e, assim, é preciso menos área para a criação. Com isso, não é preciso mais área para a produção. Como é possível fazer isso? Simples, melhorando o programa sanitário, a nutrição, a genética e o manejo”, assinalou o especialista.
O engenheiro agrônomo Thiago Carvalho, da Esalq/USP, trouxe aos pecuaristas presentes ao workshop dados históricos que comprovam a perda de rentabilidade da pecuária ao longo dos anos. “Entre 2003 e 2009, o preço do boi gordo subiu 44,3% mas o custo operacional da produção saltou 87%”, informou Carvalho. “Isso significa que para obter o mesmo ganho de seis anos atrás é preciso quase duplicar a produtividade, o que só é possível com o uso das tecnologias disponíveis”.
Homem é carnívoro – “Respeito os vegetarianos, mas o homem é essencialmente carnívoro e a produção e o consumo de proteínas animais, como a carne bovina, seguirão em alta ad eternum”. A afirmação é do consultor Osler Desouzart, que participou do workshop Merial Nutron, em Goiânia. Para Osler, um especialista em cadeias produtivas de proteína animal, isso não significa que a carne bovina terá um futuro sem obstáculos. “O maior obstáculo da carne vermelha é a própria atividade, que é forte economicamente, mas não transforma esse poderio em seu benefício. É preciso que acabe essa história de um elo da cadeia encarar o outro como um inimigo”.
Desouzart apresentou estudo para mostrar que a produção de carne bovina crescerá 6,6% até 2015, passando de 66,2 milhões/t para 70,6 milhões/t. Enquanto isso, a carne suína avançará 6,2%, chegando a 108,5 milhões/t, mas a carne de aves saltará 13,5% (110 milhões/t). “Não venham me dizer que a carne de frangos ganhará mais espaço por causa do preço. A cadeia da carne bovina precisa olhar para o próprio umbigo e refletir sobre o que precisa ser feito para recuperar o ritmo de crescimento”.
Fonte: Texto Assessoria de Comunicações (11) 2198-1888
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