Produtores rurais buscam bioinsumos para reduzir custo da produção
Os chamados remineralizadores têm permitido aumento da fertilidade do solo e da qualidade das plantas, além de uso menor de insumos químicos
Entre as diversas vertentes contempladas pelo programa de melhoramento de alface da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), que desenvolveu cultivares já disponibilizadas para a cadeia produtiva - BRS Mediterrânea, BRS Leila e BRS Lélia -, as pesquisas voltadas para a obtenção de novas variedades, agora com foco na alface tipo americana, vêm apresentando resultados considerados bastante promissores após a seleção de linhagens pré-comerciais dessa variedade.
Testes com linhagens de alface americana começam a ser realizados para a comprovação de determinadas características, quando serão selecionados os genótipos com melhor desempenho no campo - a perspectiva é de que até o final de 2020 novas cultivares de alface americana sejam incluídas no portfólio da Embrapa.
Coordenador do programa voltado para atender as demandas por novas variedades, o pesquisador Fábio Suinaga traça um histórico das atividades voltadas para o desenvolvimento dessa população de alface americana. Segundo ele, tudo começou em 2013, a partir dos primeiros cruzamentos, seguidos das ações relacionadas à elevação da homozigose (aumento da uniformidade genética) e à identificação das melhores famílias. Em 2016, a etapa envolveu a primeira seleção de linhagens que, no ano seguinte, foram objeto de mais uma avaliação. Em 2018, mais um filtro, com a realização de testes com os últimos materiais selecionados.
“Hoje, temos 18 linhagens de alface americana, o que significa um bom leque de alternativas para atender tanto o mercado dos processados, que procuram materiais grandes e compactos, como o consumidor de feiras, supermercados e varejão, que prefere alfaces menores”, atesta o pesquisador.
Suinaga explica que durante as primeiras seleções a principal característica buscada era o tamanho e o grau de compactação das plantas e foi essa linha que balizou os testes empreendidos. “Para o mercado processador, que atende rede de fast-foods, para melhor fazer o fatiamento o ideal é um maior grau de compactação da cabeça, similar ao repolho e, nesse ponto, estamos bem servidos com nossas linhagens”, sublinha o pesquisador.
Com algumas das características já confirmadas nos testes realizados, as pesquisas têm se estendido na identificação de genótipos que possam ser utilizados nos dois sistemas de cultivo – orgânico e convencional. “Estamos selecionando linhagens com dupla aptidão, isto é, tanto servirão para o ambiente orgânico como para o convencional”, assinala Suinaga.
“Entre 2019 e 2020, vamos realizar testes muito rigorosos, envolvendo diferentes épocas e locais de plantio, para confirmar as características desejadas e sustentar o mesmo padrão de qualidade das outras cultivares já lançadas”, acrescenta.
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