Ferrugem da soja é identificada no Paraná
O Consórcio Antiferrugem acaba de registrar os dois primeiros focos de ferrugem asiática da soja em lavouras comerciais do Paraná
Criada com o objetivo de erradicar das lavouras do Brasil o uso inapropriado de agroquímicos, a Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Defensivos Agrícolas (UR) fecha este mês seu primeiro ciclo de atividades. A iniciativa, que une o setor privado ao Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, formou em 2017 um grupo de 30 consultores apto a treinar e habilitar trabalhadores rurais ao manejo de defensivos.
Coordenador da UR, o pesquisador científico Hamilton Ramos, do Centro de Engenharia e Automação do IAC (CEA-IAC), comemora a marca obtida.
“O número de pessoas capacitadas não é a métrica principal da UR, mas o potencial de cada novo consultor multiplicar treinamentos. Desses 30 profissionais formados, surgirão pelo menos 300 trabalhadores rurais habilitados a aplicar tais produtos com responsabilidade”, resume Ramos.
Desde janeiro último, ressalta Ramos, foram realizados pela UR programas de treinamento com ênfase em tecnologias de aplicação de defensivos agrícolas e também na Norma Reguladora 31.8 - NR 31.8 (dispositivo legal do Ministério do Trabalho e Emprego que versa sobre uso correto e seguro de agroquímicos). Participaram desses módulos profissionais de empresas como Citrosuco, Coperfasc, Grupo Andrade, Grupo Hasegawa, Syngenta e outras.
Para 2018, diz Ramos, a UR planeja elevar para 100 o número de consultores treinados, sobretudo por meio de um calendário de treinamentos baseado nos mesmos programas ministrados em 2017. Outras metas são a preparação de treinamentos específicos para grandes empresas produtoras de alimentos e o desenvolvimento de novas plataformas de capacitação, incluindo educação à distância (EAD).
Instalado no Centro de Engenharia e Automação do IAC, na cidade paulista de Jundiaí, a 50 km da capital, a Unidade de Referência conta com apoio de entidades do setor de defensivos agrícolas. Negocia ainda, segundo Ramos, novos contratos de patrocínio com empresas da agroindústria. A expectativa da UR para 2018 é captar recursos da ordem de R$ 2 milhões, visando a ampliar seus programas de treinamento, desenvolver ferramentas digitais amigáveis ao público leigo e também atender demandas consultivas da sociedade sobre defensivos agrícolas.
Segundo Hamilton Ramos, o maior desafio da Unidade de Referência é combater o déficit de mão de obra especializada no trato com defensivos agrícolas. Dados do IAC apontam que em torno de 2 milhões de pessoas trabalham nessa atividade nos dias de hoje, com baixo grau de escolarização, sendo boa parte delas analfabeta. Outro estudo do órgão estima que o mau uso de defensivos resulta em perdas anuais da ordem de R$ 2 bilhões aos produtores brasileiros e empresas do agro.
Mais informações: www.unidadedereferencia.com.br.
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