Cientistas vão buscar saídas para frear a degradação dos solos
Durante quatro dias, de 27 a 30 deste mês, cientistas e professores vão buscar saídas para frear a degradação do solos.
Divulgar as boas práticas agrícolas na cultura do arroz de terras altas para um maior número de agricultores Quilombolas no Suriname, inventariar pragas e doenças da cultura, ministrar curso sobre produção de sementes ao técnicos do país, produzir sementes para doação aos agricultores e realizar seminário final de divulgação dos resultados alcançados, essas são as principais ações a serem desenvolvidas pela equipe do Projeto de Apoio ao Cultivo do Arroz no Suriname que está sob coordenação técnica do pesquisador Adriano Stephan Nascente, da área de fitotecnia da Embrapa Arroz e Feijão (GO) e conta com suporte da analista do Ministério da Agricultura de Suriname, Ruby Kromokardi.
Durante a missão no Suriname, iniciada no dia 19 de novembro até o dia 25, Nascente e Kromokardi irão realizar reunião de avaliação, monitoramento e planejamento dos próximos passos do projeto, juntamente com a diretora de pesquisas do Ministério da Agricultura do Suriname, Yvonne Ramnarain, do coordenador administrativo do projeto, André Galvão (Agência Brasileira de Cooperação - ABC), além da representante da Embaixada do Brasil no Suriname, Gisele Stienstra e representantes do Ministério de Desenvolvimento Social e de Relações Exteriores do Suriname.
Durante a reunião foram apresentadas as ações já desenvolvidas no projeto, bem como identificado alguns pontos para melhoria. De acordo com Nascente, o projeto já teve grande sucesso e repercussão junto aos agricultores, entretanto, é necessário o apoio do Ministério da Agricultura no sentido de proporcionar condições aos agricultores para realizar o preparo do solo e a aquisição dos insumos, do contrário eles não irão obter incrementos significativos na produtividade de grãos do arroz, como era objetivo do projeto. Segundo Ruby, já existe demanda para a realização de demonstração das técnicas utilizadas para 120 produtores no Distrito de Sipaliwini e 20 produtores na região de Marowijne. Esse treinamento será realizado pela analista Ruby e sua equipe do Ministério.
Além da reunião, estão sendo implantadas Unidades de Demonstrativas em Albina, capital de Marowijne e no distrito de Brokopondo, a instalação dessas UDs conta com a participação da comunidade local que auxilia em todas as atividades, já tomando conhecimento da técnica utilizada, o que facilita a adoção da tecnologia.
Vamos aproveitar para testar dois espaçamentos entre plantas, 35 cm, o que foi utilizado nas Unidades Demonstrativas anteriores, com 25 cm, para verificar se reduz a infestação de plantas daninhas, sem afetar a produtividade, afirmou Nascente.
Cooperação Técnica
O projeto “Apoio ao melhoramento do cultivo do arroz em Suriname” visa apresentar tecnologias sustentáveis para proporcionar aumento da produtividade do arroz, obtida pela comunidade Quilombola, de Suriname. Esses pequenos agricultores utilizam técnicas rudimentares e possuem produtividade menor que 1.000 kg/hectare.
Foram realizados dias de campo e mostrado o potencial produtivo das cultivares com o uso de tecnologias. Os primeiros resultados mostraram que o uso de tecnologia proporcionou produtividade ao redor de 3.000 kg/hectare, o que é três vezes mais do que o obtido pelas comunidades com os métodos tradicionais de cultivo. Isso mostra que o uso de tecnologia proporciona incrementos significativos na produtividade de grãos da cultura auxiliando, ainda, na segurança alimentar do país.
Próximos passos
Como próximas ações do projeto, se pretende realizar dias de campo para divulgar os resultados aos agricultores próximos das Unidades Demonstrativas instaladas e um levantamento das principais pragas e doenças de arroz no mês de fevereiro de 2018.
No mês de maio, está previsto a realização de um curso técnico sobre produção de sementes de arroz e também a instalação de um campo de produção de sementes, sendo 1 hectare com a cultivar BRS Sertaneja e 1 hectare com a cultivar BRS Esmeralda.
Essas sementes serão doadas aos agricultores no seminário final, juntamente com um equipamento para a abertura das linhas de semeadura do arroz e o fertilizante necessário para a quantidade de semente recebida.
Parceria que rende frutos
Graças aos bons resultados obtidos no projeto trilateral em Suriname, o governo da Nova Zelândia decidiu apoiar outro projeto para o desenvolvimento da cultura do arroz de terras altas no Estado do Maranhão.
O projeto visa proporcionar aumento da produtividade de grãos e melhorar a qualidade do arroz produzido no estado pelos agricultores familiares por meio da divulgação e validação de tecnologias sustentáveis de cultivo.
Tem duração de um ano e também prevê a instalação de UDs nos municípios de Igarapé do Meio, Itapecuru Mirim e Codó. O projeto será conduzido em parceria com as Prefeituras Municipais desses Municípios e com outras instituições como o MST e Associações de produtores do Estado do Maranhão.
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