MOSS vai à COP-27 defender crédito de carbono como solução para desmatamento na Amazônia

Climatech brasileira participa de três painéis na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas entre os dias 8, 9 e 15 de novembro

01.11.2022 | 15:13 (UTC -3)
Virgílio Amaral

Reduzir pela metade as emissões de carbono até 2030 para evitar as drásticas consequências das mudanças climáticas. Para a climatech brasileira MOSS, a resposta para tornar esse compromisso global mais prático e realista passa pelas oportunidades do mercado de crédito de carbono. O conceito é mais simples do que parece: remunerar projetos ambientais e premiar quem polui menos, criando a base de uma economia sustentável que possibilite ao mesmo tempo conservar as florestas e ganhar dinheiro. 

Pioneira na venda de créditos de carbono para pessoas físicas e empresas de qualquer tamanho que queiram compensar suas emissões, a MOSS vai a Sharm El Sheikh, no Egito, onde tem presença garantida na COP-27. Serão três apresentações nos dias 8, 9 e 15 de novembro, onde a climatech falará a uma plateia formada por empresários, ambientalistas e lideranças governamentais de todo planeta. Os painéis estão programados para ocorrer no pavilhão 97 da Blue Zone, área restrita e mais prestigiada da COP, onde delegados, agências da ONU e organizações sem fins lucrativos do mundo inteiro se reúnem para negociações formais e consultas informais com outras delegações 

Na primeira palestra, a MOSS mostrará como o uso de blockchain pode tornar a certificação de créditos de carbono mais transparente e segura. A startup foi a primeira a transformar seus créditos recém adquiridos em tokens, batizados de MCO2. Nesse processo, a climatech atribui aos ativos um número de série único, tornando-os totalmente rastreáveis antes de vender para empresas como GOL, iFood, Hering e Scala Data Center.. Representam a MOSS no painel Luis Felipe Adaime (CEO), Renan Kruger (CTO), e Rômulo Arantes (Diretor Técnico). 

Na segunda apresentação, será o momento de explicar como os créditos são adquiridos de projetos florestais na Amazônia. O valor da compra dos ativos serve como um incentivo para que proprietários de terras e comunidades locais mantenham a floresta em pé. Já o terceiro painel discutirá como a tecnologia da informação está ajudando a alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Na avaliação do fundador e CEO da MOSS, Luis Felipe Adaime, novos investidores e consumidores já exercem pressão para que empresas adequem seus produtos e serviços a um modelo mais sustentável. “Não é mais sobre marketing, já passou a ser sobre a sobrevivência dos negócios”, alerta o executivo. “Empresas que não compensarem suas emissões captarão a taxas cada vez mais onerosas, e venderão menos”, projeta Adaime.

Para Adaime, a crescente maturidade do mercado de crédito de carbono deve ser encarada como grande oportunidade para o Brasil e para a Amazônia, que abriga 39% de toda reserva de carbono do planeta. Um estudo recente da consultoria McKinsey mostrou que o País pode dominar 15% desse mercado até o fim desta década, com possibilidade de movimentar cerca de US$ 2 bilhões já em 2030. 

Outra boa notícia, de acordo com o CEO da MOSS, é que há várias empresas brasileiras e internacionais trabalhando junto a proprietários de florestas para remunerar a conservação e evitar o desmatamento. “Acreditamos que o desafio atual do Brasil seja de comunicar melhor esse potencial e assim capturar toda a enorme receita que o mundo pagará pela conservação da Amazônia”, conclui. 

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