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Pesquisa revelou que a dieta da lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), quando composta por mistura de milho Bt (transgênico) e não-Bt, pode provocar mudanças drásticas na morfologia das asas dos insetos adultos.
Os resultados indicam que essas alterações conferem maior aerodinâmica aos insetos, favorecendo o voo de longa distância e, por consequência, a disseminação mais rápida da resistência às toxinas Bt.
O estudo mostra que bastou uma geração alimentada com essa dieta mista para que os insetos desenvolvessem asas mais longas, finas e com formato afunilado -- comparáveis a asas de aviões de combate.
O milho Bt foi projetado para produzir proteínas que matam pragas (Cry1Ab, Cry1F, Vip3A e outras). Atualmente, cerca de 80% do milho cultivado nos Estados Unidos contém essas toxinas. A prática agrícola inclui o plantio de áreas com sementes misturadas: 80% Bt e 20% não-Bt. Essa mistura visa atrasar a resistência das pragas às toxinas, ao permitir que sobrevivam insetos suscetíveis.
Porém, os dados do estudo sugerem o efeito inverso. Segundo Dominic Reisig, coautor do artigo e especialista em entomologia, essa combinação de dietas acelera a seleção de insetos resistentes e favorece características físicas que aumentam seu potencial de dispersão. “Esses insetos conseguem alcançar ventos mais fortes e viajar por distâncias maiores”, explica.
Os pesquisadores compararam as asas de quatro grupos de lagartas: alimentadas exclusivamente com milho não-Bt; com milho Bt com duas toxinas; com milho Bt com três toxinas; e com a mistura de sementes (80% Bt e 20% não-Bt). O grupo que consumiu a dieta mista apresentou as asas mais aerodinâmicas e resistentes ao vento, com mudanças observadas já na primeira geração.
Análises morfométricas e modelagens computacionais mostraram que essas asas, principalmente nas fêmeas, deformam menos sob ação do vento, o que permite voos mais longos e eficientes.
A pesquisa reforça observações anteriores que apontam para limitações no modelo atual de refúgios mistos. Além disso, ela amplia o entendimento sobre os efeitos indiretos das práticas agrícolas no comportamento das pragas. As evidências obtidas sugerem que o uso de misturas Bt e não-Bt não apenas falha em conter a resistência, mas pode acelerar sua propagação.
As conclusões do estudo indicam que a resistência de Helicoverpa zea vai além da genética: incorpora características morfológicas e biomecânicas que favorecem o sucesso adaptativo da praga. Conforme os pesquisadores, essa constatação exige revisão nas diretrizes de manejo integrado e políticas de uso de biotecnologia agrícola nos Estados Unidos e em outros países que adotam o modelo de plantio Bt.
Outras informações em doi.org/10.1093/ee/nvaf117
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