Marco regulatório: benefícios para setor sucroenergético
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) publicou nesta quinta-feira (15/10) a Portaria nº 1.019, que estabelece procedimentos para o vazio sanitário do algodão.
A publicação cumpre a resolução nº 1.021 de 30 de setembro de 2009 da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), que estabelece a medida.
O vazio sanitário leva em conta a importância sócio-econômica da cultura do algodão para o estado e os prejuízos que a praga do Bicudo do Algodoeiro vem ocasionando à economia, já que a manutenção de áreas permanentes e contínuas com o cultivo do algodão mantém o inseto ativo.
De 20 de agosto a 20 de outubro de 2010 produtores de algodão de Minas Gerais devem estar atentos, pois não poderá haver nenhuma planta viva de algodão. A medida é de caráter preventivo já que visa proteger os produtores contra perdas na safra.
É papel do IMA fiscalizar o cumprimento da medida, já que é de responsabilidade do produtor, proprietário, arrendatário ou ocupante a qualquer título das propriedades produtoras de algodão a eliminação das plantas durante a vigência do vazio sanitário. Há exceção apenas para áreas de pesquisa científica, que devem solicitar prévia autorização para manter plantas vivas. O descumprimento da medida gera auto de infração e multa.
Inácio Carlos Urban, presidente da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) acredita que o vazio sanitário é a melhor medida para combater a praga. "Para o controle do bicudo do algodoeiro é preciso ficar 60 dias sem plantas vivas de algodão. A medida é fundamental dentro do manejo da praga, pois cortamos um período reprodutivo do inseto."
Ainda segundo Urban "o principal benefício que a medida vai trazer é a otimização do controle de pragas de forma homogênea, dentro de todo o estado. Com menos ocorrências do bicudo, teremos maior produtividade de pluma", conclui.
De acordo com o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, a medida preventiva é a melhor quando se trata de uma cultura de grande valor econômico, como é o algodão. "O vazio sanitário para a sua cultura é um alidado do produtor, já que visa a prevenção de pragas e perdas nas lavouras", avalia o dirigente.
O vazio é de extrema importância pois há em Minas 14.785 hectares de área destinada ao cultivo de algodão. Na safra de 2009 foram produzidas mais de 54 mil toneladas. As regiões que possuem maior área plantada são Noroeste e Norte de Minas, Triângulo e Alto Paranaíba com destaque para os municípios de Presidente Olegário, Unaí, Buritis, São Gonçalo do Abaeté e Coromandel.
As ações para o combate ao Bicudo do Algodoeiro não começaram agora. Em novembro de 2008 foi formado um Grupo Técnico de Trabalho, que estava previsto na Instrução Normativa nº 44, do Ministério da Agricultura, que instituiu em julho do mesmo ano, o Programa Nacional de Controle do Bicudo do Algodoeiro (PNCB).
O PNCB visa o fortalecimento do sistema de produção agrícola do algodão, com a agregação de ações de defesa sanitária vegetal, pesquisa agrícola e assistência técnica para conter a praga.
O Grupo é formado por representantes do IMA, da Amipa, da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), do fundo de apoio à cultura do algodão e de um órgão privado de pesquisa.
Além de discutir as ações para o combate à praga, o Grupo busca harmonizar os procedimentos.
O Bicudo do Algodoeiro (Anthonomus grandis) é uma espécie de besouro de coloração cinzenta ou castanha, com mandíbulas afiadas que são utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros. O inseto se alimenta da estrutura reprodutiva das plantas e o botão atacado cai, causando enormes prejuízos à produtividade e à qualidade da fibra.
Originado na América Central, foi introduzido no Brasil em 1983, causando prejuízos nas plantações de algodão do Nordeste e nas últimas décadas, veio se espalhando para as outras regiões do país. A entrada da praga na lavoura pode ser constatada através do monitoramento com armadilhas e o ideal é que o controle seja feito ao sinal das primeiras infestações.
Em Minas a situação está mais controlada se comparada a anos anteriores, mas medidas efetivas, como as previstas no PNCB são essenciais.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) - (31) 3235-3504 /
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