MG: recolhimento de embalagens contribui para revitalizar Rio das Velhas

26.03.2009 | 20:59 (UTC -3)

Embalagens de defensivos abandonadas ou armazenadas de forma inadequada podem provocar sérios danos ao meio ambiente e à saúde humana. Somente na bacia do Rio das Velhas, cuja revitalização no trecho metropolitano é prioridade em Minas, foram recolhidas no ano passado 72 toneladas de embalagens.

Para 2009, a estimativa é que os produtores entreguem 97 toneladas de recipientes ao Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev).

Preocupado em reduzir esse risco de poluição nas bacias hidrográficas do Estado, o Governo de Minas tem apertado o cerco junto aos produtores rurais, fabricantes e revendedores para garantir a destinação correta aos recipientes.

Montes Claros e São Joaquim de Bicas possuem as duas centrais responsáveis pelo recebimento dos recipientes encaminhados pelos municípios da região da bacia do Rio das Velhas. De acordo com dados do Inpev, ano passado Bicas recebeu mais de 48 toneladas de embalagens enquanto Montes Claros recebeu 24 toneladas. A meta para este ano é receber 32 toneladas em Montes Claros e 65 em São Joaquim de Bicas.

Em Minas, as centrais que têm o maior recebimento de embalagens ficam em Uberaba, Patrocínio, Unaí e Monte Carmelo. Juntas, elas receberam mais de mil toneladas no ano passado. O coordenador de operações do Inpev em Minas, Jair Furlan, informou que 70% das embalagens comercializadas em 2008 no Estado foram recolhidas após o uso. Essa perspectiva demonstra que os produtores estão mais conscientes sobre a obrigação e a importância de dar destinação correta para embalagens de agrotóxicos.

O estado encaminhou no total 2.021 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos para o destino final ambientalmente correto (reciclagem ou incineração). O volume é 4,5% superior ao obtido em 2007, quando 1.973 toneladas foram processadas pelas unidades de recebimento do Estado. No primeiro bimestre de 2009, Minas Gerais já destinou 264,7 t.

Meta 2010

O processo de revitalização do Velhas teve início em 2003, ano em que o Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), percorreu toda a calha do rio. A partir de observações feitas durante o trajeto de 804 quilômetros - da nascente, em Ouro Preto, à foz, no encontro com o São Francisco - foram identificados os principais focos de degradação e as ações necessárias à sua reversão. Em 2007, a Meta 2010 passou a ser um dos 57 projetos estruturadores do Governo do Estado. Os investimentos de Minas no período de 2004 até 2011 são de R$ 1,3 bilhão.

Controle da devolução

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é o responsável por fiscalizar se os estabelecimentos comerciais estão disponibilizando um local para a devolução dos recipientes e se os produtores estão devolvendo as embalagens. Em 2008, o instituto fiscalizou 4.684 estabelecimentos comerciais e 7.063 propriedades, contribuindo para o uso consciente dos produtos.

Os municípios em torno da Bacia do Velhas são atendidos pelas coordenadorias regionais do IMA em Belo Horizonte, Curvelo e Guanhães. A região da coordenadoria Belo Horizonte produz, em sua maioria, banana e hortaliças e é nesta segunda que os agrotóxicos são mais usados. Na região de Curvelo são comuns as culturas de banana, uva, tomate, pinus e eucalipto. Os tomates e uvas recebem mais aplicação do produto. A região de Guanhães se destaca no cultivo de café, onde o uso de agrotóxicos é mais comum, e de banana.

Após a utilização do produto, a embalagem deve ser lavada três vezes (tríplice lavagem) e inutilizada com perfurações no fundo do frasco. O armazenamento deve ser feito em local apropriado até que seja devolvida, no prazo de um ano, ao estabelecimento onde foi adquirido.

Do estabelecimento comercial, os recipientes devolvidos são encaminhados para os postos de recebimento e, em seguida, para as centrais de recebimento, administradas pelo Inpev. No local, as embalagens são separadas, avaliadas e enviadas para a incineração ou reciclagem. Atualmente, Minas conta com 46 postos de recebimento e 11 centrais.

Para comercializar tais produtos, é obrigatório o registro do estabelecimento comercial no IMA. Os documentos necessários para a obtenção do registro estão descritos no site do órgão,

. A solicitação deve ser feita no escritório mais próximo ao município onde está localizada a revendedora.

Fonte: Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA -

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