RS Safra 2024/25: frutíferas e grãos avançam bem no Estado

Morango, citros e pêssego mostram bom desempenho; culturas de inverno se desenvolvem com clima favorável

07.08.2025 | 16:41 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues, edição Revista Cultivar
Foto: Carina Venzo Cavalheiro
Foto: Carina Venzo Cavalheiro

O desenvolvimento das frutíferas segue satisfatório no Rio Grande do Sul, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS nesta quinta-feira (7/8). Morango, citros, pêssego e videira estão em diferentes fases do ciclo produtivo, com boa resposta ao clima, apesar de desafios fitossanitários pontuais.

Na Serra Gaúcha, o morango está em plena produção, favorecido pelas temperaturas amenas e boa radiação solar. No entanto, a incidência de oídio tem causado perdas em muitas lavouras, exigindo reforço no controle. A oferta ainda é insuficiente para a demanda local, o que mantém os preços elevados: entre R$ 30,00 e R$ 50,00/kg na comercialização para intermediários e mercados, e até R$ 60,00/kg na venda direta ao consumidor.

Em outras regiões, o cultivo está em diferentes estágios. Em Soledade, a produção avança com equilíbrio entre oferta e demanda. Em Lajeado, os morangos cultivados no solo estão bem formados, com floração intensa. Os preços variam de R$ 30,00 a R$ 55,00/kg, impulsionados pela tendência do “morango do amor”. Já em Santa Rosa, a polinização deficiente tem gerado frutos deformados, agravados por doenças como a antracnose. Os preços vão de R$ 20,00 a R$ 35,00/kg.

A cultura do pêssego está em final de floração em várias regiões. Em Ijuí, produtores finalizam a poda com atraso, mantendo mais ramos em razão do risco de geadas. Na Serra, as variedades precoces iniciam a floração, ainda de forma parcial. Em Pelotas, o frio intenso garantiu brotação uniforme, o que pode refletir em boa produtividade.

Na Serra, os trabalhos de poda seca, adubação de inverno e controle da cochonilha-do-tronco seguem nas videiras. Em Frederico Westphalen, já iniciou a brotação das variedades Vênus, Bordô, Niágara e outras, com aplicação de cianamida hidrogenada para quebra de dormência. Em Santa Maria, continuam os tratamentos de inverno com caldas e podas.

A colheita de citros segue em diversas regiões. Em Pelotas, destacam-se a laranja e a bergamota Montenegrina, com preços entre R$ 1,50 e R$ 2,00/kg para o produtor. Já em Lajeado e Montenegro, a colheita da Montenegrina atinge 50% e 15% da área cultivada, respectivamente. Os preços variam de R$ 45,00 a R$ 55,00/cx. de 25 kg, dependendo da presença de haste e folhas.

Em São José do Sul, a colheita de Ponkan chega a 85%, com preços em torno de R$ 25,00/cx., enquanto a Pareci está no fim da safra, com cotação de R$ 20,00/cx. A laranja Valência para indústria é vendida a R$ 10,00/cx., o menor valor dos últimos anos. A comercialização da lima ácida Tahiti também enfrenta dificuldades, com preços entre R$ 9,00 e R$ 25,00/cx.

Na região de Arvorezinha, principal produtora de laranja, o destaque é para a variedade Monte Parnaso, com 85% da colheita realizada e preço de R$ 22,50/cx. A Valência está no início da colheita, com valores de R$ 22,50 (mesa) e R$ 10,00 (indústria).

Grãos de inverno têm lavouras bem desenvolvidas

A semeadura do trigo foi concluída dentro do período recomendado pelo Zarc. As lavouras estão em fase vegetativa, com ótimo desenvolvimento, especialmente devido à umidade do solo e à boa radiação solar. A área cultivada é estimada em 1,19 milhão de hectares, com produtividade prevista de 2.997 kg/ha.

Na aveia-branca, o cenário é positivo para cultivos dentro da janela ideal, com previsão de 401 mil hectares e produtividade de 2.254 kg/ha. Já áreas afetadas por geadas estão sendo substituídas por outras culturas. Em algumas regiões, chuvas recentes causaram acamamento, mas os danos foram pontuais.

A canola apresenta bom desenvolvimento, com emissão de ramos secundários em áreas com baixa densidade. A presença de polinizadores tem favorecido a formação de síliquas. A expectativa de produtividade é de 1.737 kg/ha em 203 mil hectares cultivados.

A cevada também evolui bem, com padronização no porte das plantas e alta densidade populacional. O controle preventivo de doenças segue como foco nas lavouras.

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