Mercado Agrícola - 15.ago.2025

USDA reduz estimativa da soja e eleva projeção do milho

15.08.2025 | 14:19 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

A safra dos Estados Unidos avança com bom desempenho nas principais culturas. O mercado climático perdeu força em meados de agosto, o que reduz a influência das oscilações do tempo sobre as lavouras. A soja já alcança 95% de florescimento. Cerca de 76% das áreas formam vagens. A qualidade segue estável, com 68% das lavouras avaliadas como boas ou excelentes, mesmo patamar do ano anterior.

Com base nesses dados, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) cortou a estimativa da produção de soja para 116,8 milhões de toneladas, ante 118 milhões anteriormente. Em Chicago, os contratos ensaiaram alta, mas perderam parte dos ganhos. Todas as posições ainda se mantêm acima dos US$ 10 por bushel.

O mercado monitora a reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin. A Rússia lidera as exportações mundiais de trigo e também figura entre os principais exportadores de milho, óleo de girassol e fertilizantes como ureia, fósforo e potássio. O encontro pode impactar os preços globais de grãos e insumos.

No Brasil, os embarques de soja já superam 3 milhões de toneladas no mês. O acumulado de janeiro até agora soma 82,3 milhões de toneladas, frente a 79,5 milhões no mesmo período de 2024. Internamente, 70,9% da safra de soja está comercializada, volume recorde. Restam ainda 49,5 milhões de toneladas. A safra nova tem 18% negociada, abaixo da média de 25%, refletindo a expectativa por preços melhores.

Nos portos, a soja aparece entre R$ 142,00 e R$ 147,00 por saca. As exportações seguem firmes.

Situação do milho

O milho também evolui bem nos EUA. Quase toda a lavoura está em florescimento. Cerca de 62% das áreas formam espigas e 18% já iniciaram a formação de grãos. A qualidade melhora: 72% das lavouras são boas ou excelentes, frente a 67% em 2024. O USDA elevou a projeção da safra para 425,3 milhões de toneladas, acima dos 398,9 milhões estimados no mês anterior.

O Brasil já embarcou 2,2 milhões de toneladas em agosto. A expectativa é atingir as 6 milhões do mesmo mês no ano passado. No acumulado do ano, os embarques somam 11,2 milhões de toneladas, contra 13,8 milhões em 2024.

A colheita da safrinha chega a 89%, com 54% do volume negociado. A média é 62%. O plantio da primeira safra começou no Sul, com 2% da área semeada. A média seria 5%. Há previsão de redução de 20% na área, com migração para a soja. Nos portos, o milho varia de R$ 63,00 a R$ 66,00.

Situação do trigo

No trigo, a reunião entre Trump e Putin gera expectativa. A Rússia lidera as exportações mundiais. Os EUA vêm logo atrás. A safra de inverno americana já tem 92% colhidos. A de primavera está atrasada e com qualidade ruim. Apenas 49% das lavouras são boas ou excelentes, frente a 72% em 2024. No Brasil, o plantio encerrou e o clima favorece o desenvolvimento, mesmo com queda de 20% na área cultivada.

Situação do algodão

O algodão nos EUA tem 70% das lavouras formando maçãs. A qualidade melhora: 53% boas ou excelentes, contra 46% em 2024. No Brasil, a colheita avança com qualidade elevada no Mato Grosso, Bahia e estados centrais. O país lidera as exportações globais.

Situação do sorgo

O sorgo americano também surpreende. Cerca de 70% das lavouras formam cachos. A qualidade atinge 66% boas ou excelentes, frente a 51% no ano anterior. O USDA projeta safra recorde de 10,6 milhões de toneladas. A demanda cresce, com destaque para a Nigéria, novo parceiro comercial.

Situação do arroz

No arroz, o mercado segue pressionado. A Ásia registra leve queda. No Brasil, os preços recuam. Indústrias operam com estoques próprios. Os produtores seguram vendas. Os preços no Rio Grande do Sul variam de R$ 65,00 a R$ 72,00. Indústrias alegam prejuízo de até R$ 20,00 por fardo. Produtores reclamam perdas de igual valor por saca. A cadeia está pressionada, e a próxima safra pode ser comprometida.

Situação do feijão

O feijão também enfrenta dificuldades. O mercado segue parado. O feijão carioca oscila entre R$ 210,00 e R$ 280,00. Poucos negócios superam R$ 220,00. Produtores pedem acima de R$ 250,00. O feijão preto vai de R$ 120,00 a R$ 150,00 no Paraná. A exportação ajuda, mas o dólar baixo limita ganhos.

Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

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