La Niña deve impactar os preços das commodities
Fenômeno influencia desde a produtividade de grãos na América do Sul até a logística do óleo de palma no Sudeste Asiático
A reabertura do governo dos EUA após aprovação do orçamento animou os mercados. Relatórios do USDA devem voltar nos próximos dias, trazendo fundamentos para soja, milho e trigo. Em Chicago, soja janeiro ultrapassou US$ 11,40 e julho/26 passou de US$ 11,70. No Brasil, os embarques de soja seguem fortes, já acima de 102,2 milhões de toneladas, com recorde histórico entre janeiro e novembro. A China lidera as compras com 81 milhões de toneladas.
Nos EUA, 98% da soja e 89% do milho já foram colhidos. A colheita americana caminha para o fim sem novidades. No Brasil, o plantio da soja alcançou 67%, abaixo da média histórica. A comercialização da safra velha está em 78,7%, abaixo da média de 83%. A safra nova apresenta grande atraso, com apenas 24,8% negociada. Prêmios negativos para março e abril preocupam.
A Conab estima 49,1 milhões de hectares plantados com soja, 3,6% acima de 2024. A produção pode alcançar 177,6 milhões de toneladas.
Para o milho, a estimativa total é de 138,8 milhões, 1,6% menor que a safra anterior. A primeira safra cresceu 3,7% e deve somar 25,9 milhões. A exportação já ultrapassa 31,3 milhões de toneladas, e a projeção de novembro subiu para mais de 6 milhões.
O trigo apresenta pressão externa positiva, com redução da oferta russa. Internamente, colheita avança no Sul, mas cotações seguem nos menores patamares do ano, impactadas pela baixa demanda dos moinhos e juros altos.
A área plantada com arroz caiu 7,1%, e a produção estimada recuou para 11,3 milhões de toneladas. Mesmo abaixo das 12,8 milhões de 2024, ainda cobre a demanda nacional. O mercado projeta melhora para 2026 com exportações acima de 2 milhões de toneladas e oferta enxuta no Mercosul.
O feijão caminha para uma safra de 3,075 milhões de toneladas, igual à anterior. A primeira safra mostra queda de 8% na produção. Feijão preto sofre com clima no Paraná e pode ter fôlego positivo em 2026. Exportações seguem fortes, e retomada das exportações de frango para a China pode valorizar a proteína vegetal.
O sorgo deve superar 7 milhões de toneladas. A área estimada pela Conab é de 1,796 milhão de hectares. Atraso no plantio da soja deve beneficiar o sorgo. A liberação das exportações para a China impulsiona o mercado.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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