Menos de 48 horas para o Congresso Sindag 2013

24.06.2013 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: SINDAG

A menos de 48 horas para sua abertura, o Congresso Nacional de Aviação Agrícola (Congresso Sindag 2013) promete novidades importantes para o setor aeroagrícola brasileiro. O evento vai até sexta, no aeródromo Estância Santa Rita (BR-364, Distrito Industrial), em Cuiabá/MT. E dois dos mais importantes temas serão apresentados na tarde desta quarta-feira (26), a partir das 14h: os preparativos para a mais abrangente pesquisa até hoje realizada no Brasil sobre tecnologia para aplicação aérea de defensivos e a criação de um selo de qualidade para o setor.

O projeto de pesquisa envolve o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag, que promove o Congresso) e a Embrapa. A iniciativa leva o nome de Desenvolvimento da Aplicação Aérea de Agrotóxicos como Estratégia de Controle de Pragas Agrícolas de Interesse Nacional e sai do papel a partir do segundo semestre de 2013. A pesquisa tem prazo de três anos e a ideia é avaliar os tipos de defensivos e técnicas de aplicação, buscando o modelo mais eficaz no combate às pragas, com menos produtos e menor risco para o meio ambiente. Os estudos vão ocorrer em São Paulo (laranjas), Goiás (soja), Rio Grande do Sul (arroz) e Paraná (cana-de-açúcar).

A pesquisa Embrapa/Sindag vai incluir o uso de bioindicadores, sensores nas lavouras e no perímetro das áreas pulverizadas e até o uso de aeronaves não tripuladas para monitorar as aplicações. Além dos estudos sobre produtos para lavoura, os trabalhos em todas as áreas vai abranger também a pesquisa sobre controle da deriva (que é quando a nuvem de defensivos “vaza” para fora da faixa de aplicação). O estudo de deriva vai ocorrer nos quatro Estados para que sejam consideradas as condições climáticas de cada região.

A outra novidade a ser apresentada no primeiro dia do Congresso Sindag será o programa de certificação da aviação agrícola, desenvolvido em parceria por pesquisadores Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A iniciativa deve abranger tanto empresas de aviação agrícola como os chamados operadores aeroagrícolas privados (proprietários de terras ou cooperativas de produtores que têm seus próprios aviões), também a partir do segundo semestre deste ano.

A certificação é um sonho antigo do Sindag, que apoia a iniciativa juntamente com a Associação Nacional de Defesa do Vegetal (Andef). O objetivo é melhorar a qualidade das aplicações aéreas de defensivos, reduzindo os riscos de danos ao meio ambiente. Para obterem o selo de qualidade, os operadores terão que cumprir uma série de exigências conferidas pelos avaliadores das universidades. O que vai abranger desde a documentação dos pilotos, aeronaves e empresas, até a participação das equipes em treinamentos específicos para aprimorar a qualidade do serviço e aumentar a segurança ambiental das operações.

O restante da programação na capital mato-grossense, até sexta (28), terá ainda diversas palestras e debates pilotos e empresários aeroagrícolas, pesquisadores e autoridades de todo o País. O foco deve incidir também sobre a construção de uma política nacional de combate a incêndios com uso de aviões, segurança nas operações aeroagrícolas e ações de comunicação e gestão de crises de imagem, entre outros temas.

Paralelo às discussões a movimentação ficará por conta também de 42 estandes da mostra de equipamentos e tecnologias, além da exposição de aeronaves e das demonstrações aéreas simulando voos de pulverização e de combate a incêndios. Tudo envolvendo fornecedores do Brasil, Europa, Estados Unidos e Argentina.

O Congresso Sindag é o segundo maior evento do gênero no mundo, perdendo apenas para o encontro anual da Associação Nacional de Aviação Agrícola (NAAA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos. Aliás, a própria frota da aviação agrícola brasileira também é vice para os norte-americanos. São 1.742 aviões no Brasil, segundo dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), contra em torno de 3 mil nas terras do Tio Sam.

Segundo o presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim, apesar da grande presença nos céus brasileiros, os aviões agrícolas respondem hoje por entre 20% e 30% das pulverizações em lavouras do País. No entanto, a perspectiva é de novo crescimento do setor (foram 7% entre 2011 e 2012), devido a vantagens como precisão e velocidade nas aplicações, aliado à segurança operacional – tanto ambiental como fitossanitária. “A tecnologia do avião é imprescindível para o aumento da produtividade, ou seja, maior colheita sem a necessidade de avanço da fronteira agrícola”, pondera o dirigente do Sindag.

Além da pulverização de lavouras, os aviões agrícolas são empregados na aplicação de fertilizantes, no trato de florestas e em combate a incêndios. No sul do País, a aviação foi usada ainda em um projeto-piloto de plantio de araucárias, e, em outros países ela responde também, com eficiência, pelo combate a vetores – entre os principais, o mosquito transmissor da dengue.

A programação, localização e outras informações sobre o evento estão no site do Congresso Sindag, no endereço

. Outras informações sobre a aviação agrícola podem ser conferidas no site do Sindag (

) ou no portal Agronautas (

).

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro