Melhoramento genético é aliado da produção pecuária tocantinense

19.06.2012 | 20:59 (UTC -3)
Lenna Borges

A pecuária mundial está em transformação. Com uma crescente competitividade, o setor precisa se superar a cada dia em rapidez na terminação e qualidade dos produtos. O mercado busca animais adaptados, que sejam capazes de manter a alta produtividade independente do clima e das condições de manejo. Seja qual for o modelo da propriedade, o objetivo do produtor é fazer com que sua atividade seja lucrativa. O melhoramento genético surge como um excelente aliado da produção pecuária e o Governo do Tocantins, por meio da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário - está auxiliando os criadores tocantinenses neste processo.

O secretário executivo da Seagro, Ruiter Padua, explica que o programa de IATF - Inseminação Artificial em Tempo Fixo tem transformado várias propriedades rurais no Estado, oportunizando o acesso ao melhoramento genético a pequenos e médios produtores. O programa já realizou 15 mil protocolos nos últimos três anos em cerca de 200 propriedades, e em sua grande maioria para produtores de leite. “Esses produtores atendidos são previamente selecionados por critérios técnicos pelo Ruraltins, cooperativas, prefeituras ou assessorias técnicas. A genética também é trabalhada com a nutrição e a sanidade animal”, explica.

De acordo com Padua, a grande vantagem deste programa é permitir o acesso da inseminação artificial a qualquer produtor tocantinense, desde que estes se enquadrem dentro dos requisitos estabelecidos. “Com este projeto busca-se aumentar a produção de carne e leite e a inseminação é a base mais acessível e barata, isto se comparado com a aquisição de reprodutores”, completa.

Devido a grande demanda que vem surgindo, várias empresas atuam no setor, comercializando insumos e prestando também o serviço de inseminação. Padua lembra a importância do cruzamento de raças para o crescimento da produção pecuária, com a introdução de tecnologias testadas e aprovadas. “Tecnologias desenvolvidas através da seleção de reprodutores, fruto de muitos anos de trabalho e na sua grande maioria, introduzidos para cruzamento com a raça base, o nelore. É a seleção genética que permite a grande mudança nos rebanhos”, reforça.

A raça bovina Senepol, que está no Brasil há 12 anos, é um exemplo do cruzamento de raças para o aprimoramento da produção. No Tocantins, a promessa é potencializar o rebanho por serem animais rústicos e resistentes ao calor, insetos e parasitas. A nova raça foi apresentada a produtores da Região Central do Estado durante a ExpoBrasil – Exposição Agropecuária de Paraíso, realizada no período de 07 a 17 de junho.

O centro de referência e laboratório para transferência genética da Senepol no Estado é a Agropecuária Pró-Carne, sob a responsabilidade do proprietário e médico veterinário, Henrique de Freitas Tavares, localizada no município de Paraíso do Tocantins, a 60 km de Palmas. Tavares diz que a raça veio para melhorar o rebanho do Estado, pois além de ser mais resistente ao calor, são precoces e possuem a carne mais macia. “É uma raça dócil, de fácil manejo, pelo curto (zero), de porte mediano, é também o único taurino que acompanha as vacas durante todo o período de cobertura”, argumenta.

De acordo com a ABCB - Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, a raça possui qualidades que merecem destaque, como: não possuir gordura entranhada (marmoreio), apresentar uma carne saudável, macia e extremamente saborosa; possuir pelo zero, indicação para qualquer fêmea F1, eliminando o excesso de cabelo; no cruzamento com o Senepol a desmama varia entre 220kg e 260kg; e em relação a carcaça, segundo testes realizados pela USP em abate técnico, um rendimento médio de 54%; a carne tem apenas 12,95% de perda de água no cozimento, confirmando a qualidade, sabor e suculência.

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