Investimentos em AgTechs somaram R$ 1,13 bi em 2024

Segundo Itaú BBA, aportes se concentraram em rodadas menores e em startups de soluções antes da porteira

31.07.2025 | 15:30 (UTC -3)
Camille Magri
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Os investimentos em AgTechs somaram R$ 1,13 bilhão em 2024, distribuídos em 50 rodadas. Segundo análise do Itaú BBA, com base em transações públicas, os aportes se concentraram majoritariamente em rodadas menores, refletindo uma postura mais cautelosa dos investidores. Apenas três operações superaram o valor de R$ 100 milhões. A maior parte do capital foi destinada a startups em estágio inicial (early stage) e a principal área de interesse, por valor total investido, foi a Agfintechs seguido de insumos tecnológicos.

“O ecossistema de inovação no agronegócio brasileiro vem crescendo de forma consistente, e estamos ao lado dos nossos clientes na construção de um setor mais conectado, inteligente e sustentável. No Itaú BBA, nosso objetivo é impulsionar negócios em diferentes estágios de maturidade e concretizar o próximo grande passo de setores-chave para o desenvolvimento do país”, afirma Matheus Borella, líder em Estratégia e Inovação no Agronegócio no Itaú BBA.

De acordo com o estudo, a maior parte dos investimentos em AgTechs tem se concentrado em soluções Antes da Porteira, etapa que engloba produtos, serviços e atividades necessárias ao produtor rural antes do início da safra. Startups que aplicam nanotecnologia e biotecnologia no desenvolvimento de defensivos e fertilizantes estão entre os principais destaques. No segmento financeiro, crescem as soluções voltadas à gestão de risco na concessão de crédito, com uso de inteligência artificial e machine learning.

As tecnologias Dentro da Porteira — relacionadas à produção e à gestão da lavoura durante a safra — também ganharam espaço. Avançam as plataformas de análise de dados, que apoiam a tomada de decisão no campo, e as startups que desenvolvem equipamentos voltados ao uso direto nas propriedades.

Já o segmento Depois da Porteira, que envolve a comercialização e distribuição da produção, tem perdido participação. Segundo o relatório Radar AgTech Brasil, da Embrapa, a presença dessas startups vem caindo desde 2019, o que também se reflete nos aportes recebidos. Uma das exceções é o uso de blockchain, que continua avançando como ferramenta para atrelar commodities a ativos digitais, garantindo rastreabilidade dos produtos do campo à mesa.

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