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A Helicoverpa armigera, lagarta causadora de uma praga que gerou e continua gerando muitos prejuízos no campo, tem sido um dos principais assuntos do momento entre os produtores rurais brasileiros. As preocupações se justificam pelo fato de, além de a praga ser recente no país, não existir uma receita única para o controle. Dentro desse contexto, a Embrapa literalmente colocou o pé na estrada e está visitando diferentes regiões produtoras do país.
É a Caravana Helicoverpa, que começou em dezembro no Rio Grande do Sul, em Goiás e no Distrito Federal. O foco, por ora, é na praga do momento, mas a intenção é debater as diferentes ameaças fitossanitárias. Conforme a região e a cultura agrícola, mudam essas ameaças, que basicamente são doenças, pragas e plantas daninhas.
O grande recado que a Embrapa procura passar é quanto à importância do MIP (Manejo Integrado de Pragas). Tecnicamente, ele pode ser definido como o uso integrado de diferentes formas de controle, incluindo o cultural, o biológico e o químico. Outro aspecto fundamental relaciona-se à tecnologia de aplicação, para que ela seja mais eficiente e econômica.
Para Simone Martins Mendes, pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) que participou das atividades da caravana no Rio Grande do Sul, a ação da Embrapa é no sentido de "aliviar" para o produtor rural e para que ele aprenda a conviver com a Helicoverpa, o que envolve monitorá-la no campo. Ela lembra que há aplicações desnecessárias de inseticidas em lavouras e diz que, no caso da cultura do milho, existe um nível tolerável de presença de insetos e de lagartas.
O monitoramento da presença da praga é fundamental. Basicamente, há duas maneiras de fazê-lo: usando armadilhas de feromônio e vistoriando as lavouras. Ambas as maneiras buscam identificar a presença de mariposas. Sobre a armadilha, a Embrapa indica uma para cada cinco hectares, posicionando-a no centro da área e instalando-a na altura em que as plantas estiverem (com isso, aumenta-se a altura da armadilha, à medida que as plantas crescem). Em lavouras em que já tenha ocorrido a praga, a armadilha pode ser colocada logo no início do ciclo.
É preciso trocar tanto o feromônio como o piso colante que compõem a armadilha. Geralmente, o primeiro é substituído a cada duas semanas e o segundo depende da quantidade de insetos capturados (quanto mais insetos, maior a necessidade de repor o piso). No caso da vistoria na própria lavoura, é preciso controlar a praga quando, em média, três mariposas forem coletadas por noite.
Participação da Embrapa Milho e Sorgo
Até o momento, Simone e Paulo Afonso Viana foram os pesquisadores que viajaram pela Caravana Helicoverpa. Além de Simone no Rio Grande do Sul de 9 a 13 de dezembro (nas cidades de Vacaria, Ijuí, Santa Rosa, Santa Maria e Passo Fundo), Paulo esteve em Goiás (Rio Verde e Goiatuba) e no Distrito Federal (Programa de Assentamento Dirigido do DF) de 10 a 12 deste mês.
Segundo Simone, o treinamento no Rio Grande do Sul foi bastante técnico e no sentido de balizar melhor a tomada de decisão por parte do produtor. Participaram técnicos, extensionistas e produtores, num total de cerca de 1.100 pessoas, sendo a maioria técnicos da área. Ainda de acordo com a pesquisadora, houve grande interesse das pessoas, que estavam atrás de informações técnicas e querendo trocar informações e experiências. A parceria com a Emater-RS foi fundamental para o sucesso da passagem da caravana pelo estado.
Ao mesmo tempo em que participa da caravana nacional da Embrapa, a Embrapa Milho e Sorgo, em conjunto com a Emater-MG, leva informações a diferentes regiões mineiras. O pesquisador Ivan Cruz esteve em três cidades: Paracatu (Noroeste do estado) em 10 de dezembro; Patrocínio (Alto Paranaíba) no dia seguinte; e Capinópolis (Triângulo Mineiro) no dia 12. E no dia 19 foi a vez de São Gonçalo do Sapucaí (Sul do estado) receber informações da Embrapa sobre a Helicoverpa, desta vez com o pesquisador Paulo Afonso Viana. A estratégia é parecida com a da atuação nacional, com destaque para a importância do Manejo Integrado de Pragas.
Controle biológico
A Embrapa aposta e tem incentivado que se use o controle biológico no controle da Helicoverpa armigera. Um dos microrganismos com maior potencial de controle é a vespinha Trichogramma, que pode ser imediatamente liberada quando ocorre a identificação da presença da praga na lavoura. A quantidade recomendada é em torno de 60.000 fêmeas por hectare. A liberação tanto pode ser manual como motorizada, conforme orientações das biofábricas, que são empresas que produzem e comercializam as vespinhas.
Serviço
O que: Caravana Helicoverpa
Regiões por onde ainda passará (em 2014): Matopiba (Maranhão, Tocantinas, Piauí e Bahia); São Paulo; Paraná; Minas Gerais; Mato Grosso do Sul; Mato Grosso; Roraima/Amapá
Mais informações: http://www.embrapa.br/alerta-helicoverpa e http://www.cnpso.embrapa.br/caravana/
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