Importação de fertilizantes cresce e atinge recorde em 2025

A importação de fertilizantes no Brasil somou 41,73 milhões de toneladas entre janeiro e novembro de 2025, volume recorde para o período e superior às 40,84 milhões de toneladas internalizadas nos mesmos meses de 2024. Os dados constam na edição de dezembro do Boletim Logístico, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Segundo a estatal, o avanço reflete a percepção dos produtores rurais sobre um cenário mais favorável para o agronegócio brasileiro no mercado internacional. Para o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, as negociações tarifárias envolvendo Estados Unidos e China, além de possíveis mudanças regulatórias e sanitárias, ampliam as oportunidades para os produtos brasileiros, estimulando o planejamento antecipado da safra.

O porto de Paranaguá (PR) segue como principal porta de entrada de fertilizantes no país, com 10,16 milhões de toneladas desembarcadas no período. O Arco Norte consolidou-se como a segunda maior rota de internalização desses insumos, com 7,56 milhões de toneladas, superando pela primeira vez, ainda que de forma marginal, o volume registrado no porto de Santos. Já pelo estado de São Paulo entraram cerca de 7,52 milhões de toneladas.

Exportações ganham força pelo Arco Norte

Se Paranaguá lidera a entrada de fertilizantes, o Arco Norte se firma como o principal eixo de escoamento das exportações de grãos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações brasileiras de soja atingiram 104,7 milhões de toneladas até novembro de 2025, volume recorde, acima das 101,87 milhões de toneladas exportadas em todo o ano de 2021.

Desse total, 36,8% foram embarcados pelos portos do Arco Norte, enquanto Santos respondeu por 31,9%, Paranaguá por 13% e o porto de Rio Grande por 7,9%.

No caso do milho, as exportações somaram 34,8 milhões de toneladas até novembro. O Arco Norte concentrou 47,2% dos embarques, seguido por Santos, com 41,6%. Paranaguá respondeu por 12,2% e o porto de São Francisco do Sul por 8,2%.

Frete segue em ritmo lento

O Boletim Logístico também aponta que o mercado de frete agrícola permaneceu desaquecido em novembro, reflexo do encerramento da safra 2024/25 e do início do ciclo 2025/26. A expectativa da Conab é de que os preços do transporte comecem a apresentar maior variação com o avanço da colheita das culturas de primeira safra.