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O algodão brasileiro encerra 2025 reafirmando sua posição de destaque no cenário internacional, sustentado por avanços em sustentabilidade, qualidade, rastreabilidade e promoção da fibra natural. O balanço do ano, apresentado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), mostra uma cadeia cada vez mais estruturada, alinhada às exigências do mercado global e às agendas socioambientais.
Segundo o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, os resultados alcançados refletem a atuação integrada da entidade com as 11 associações estaduais e o fortalecimento dos quatro pilares estratégicos que orientam o setor. “A implementação estruturada de práticas voltadas à sustentabilidade, à rastreabilidade, à qualidade e à promoção permitiu consolidar um posicionamento sólido e articulado, capaz de avançar de forma consistente em agendas estratégicas para o país”, avalia.
Um dos principais destaques de 2025 foi o avanço do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Na safra 2024/2025, 83% do algodão produzido no país foi certificado segundo padrões internacionais de sustentabilidade socioambiental, reforçando a credibilidade do produto brasileiro no mercado externo.
O programa iniciou o ano com a renovação da parceria com o Better Cotton Institute (BCI), garantindo a continuidade do reconhecimento internacional do algodão brasileiro junto às principais indústrias têxteis. Além disso, a participação da Abrapa na COP30 ampliou a visibilidade do setor ao apresentar o algodão como alternativa natural às fibras sintéticas, associadas à poluição por microplásticos.
No pilar da qualidade, a Abrapa realizou, ao longo de 2025, seis workshops em municípios de Goiás, Bahia e Mato Grosso, capacitando 1.440 profissionais da cadeia produtiva. Também foram promovidos treinamentos para inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) e de algodão em pluma, que atuam nos laboratórios de análise do país.
Os dados gerados por esses laboratórios alimentam o Sistema Abrapa de Identificação, base do programa de rastreabilidade do algodão brasileiro. Somente em 2025, mais de 14 milhões de fardos passaram por análises, reforçando a padronização e a confiabilidade das informações. Em 2026, o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) completa dez anos de atuação.
A rastreabilidade avançou com o fortalecimento do programa SouABR, lançado em 2021. Em 2025, a iniciativa deu um passo importante com a criação da política de adesão ao mercado, permitindo que marcas que atendam aos critérios estabelecidos adotem o sistema e ofereçam transparência total sobre a origem do algodão.
Por meio de um QR Code aplicado às peças, o consumidor pode acessar informações sobre toda a cadeia produtiva, da lavoura ao produto final, ampliando a confiança e o valor agregado da fibra brasileira.
A promoção do algodão brasileiro também ganhou visibilidade em 2025 com ações do movimento Sou de Algodão, que marcou presença no São Paulo Fashion Week ao reunir estilistas da moda nacional em desfiles que destacaram a rastreabilidade e a conexão entre o consumidor e a cadeia produtiva.
De acordo com a diretora de Relações Institucionais da Abrapa e gestora do movimento, Silmara Ferraresi, a exigência por transparência tem crescido entre os consumidores. “A rastreabilidade confere ainda mais credibilidade ao algodão brasileiro, tanto no mercado interno quanto no exterior”, afirma.
Em 2026, o movimento completa dez anos, consolidando-se como uma ponte entre o agronegócio e a indústria têxtil, com foco em origem, qualidade e sustentabilidade.
No comércio exterior, o Brasil consolidou sua liderança global no algodão ao unir escala, competitividade e produção responsável. O país é o terceiro maior produtor mundial e ocupa a posição de maior exportador desde 2024, respondendo por 33% das exportações globais.
Na safra 2024/2025, os embarques totalizaram 2,8 milhões de toneladas, gerando receita de US$ 4,8 bilhões. Houve crescimento da participação brasileira em mercados estratégicos, como Índia, Egito e Paquistão.
Esse desempenho é sustentado pelo projeto setorial Cotton Brazil, responsável pela estratégia internacional do setor. Segundo o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, os próximos anos serão decisivos para a manutenção dos mercados conquistados. “Em 2026 e 2027, o foco será a defesa de mercado, o fortalecimento da imagem do algodão e a expansão do consumo frente às fibras sintéticas”, destaca.
A organização do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) 2026 já está em andamento. O evento será realizado em setembro, em Belo Horizonte, com o tema Algodão Brasileiro: Fibra Natural, uma jornada com propósito, qualidade e transparência, e expectativa de público recorde.
A edição anterior, realizada em 2024, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Caio, na categoria de melhores congressos nacionais. Para o diretor executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero, o reconhecimento simboliza o momento histórico vivido pelo setor. “Além da liderança nas exportações globais, o CBA registrou o maior público de sua história, consolidando o protagonismo do algodão brasileiro”, afirma.
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