Greening no cinturão citrícola apresenta diferentes realidades em cada região
Levantamento anual realizado pelo Fundecitrus sobre a incidência de greening mostrou que 22,37% das árvores do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro estão doentes
23.02.2022 | 14:45 (UTC -3)
Fundecitrus
O levantamento anual realizado pelo Fundecitrus sobre a incidência de greening mostrou que 22,37% das árvores do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro estão doentes, o que representa um aumento de 7,2% em relação a 2020.
Apesar de ser o maior índice desde a identificação da doença no Brasil, em 2004, e o quarto ano consecutivo de crescimento, o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, destaca que a melhor forma de compreender a presença e a gravidade da doença é analisá-la regionalmente.
“Os dados são um verdadeiro alerta para o setor: o greening cresceu consideravelmente em regiões que mantinham baixas incidências [Avaré e Itapetininga], atingiu índices alarmantes em outros locais [Limeira, Brotas e Porto Ferreira] e é extremamente preocupante nos pomares jovens, o que ameaça a renovação e ampliação dos plantios e até mesmo a manutenção da citricultura em São Paulo e Minas Gerais”, afirma.
- LIM, PFE, BRO e BOT: risco muito alto
Os maiores índices estão nessas regiões. Elas tiveram as maiores taxas de queda de frutos por greening em 2020 e altas porcentagens de plantas jovens contaminadas. Não se recomenda o plantio nessas regiões, a não ser que a propriedade não tenha vizinhos com citros ou esteja dentro de um grupo de manejo regional do greening.
- ITA, BAU, SCR e AVA: risco alto
Nestas regiões o risco é alto. O manejo interno e externo do greening deve ser reforçado. Escolher bem a área para novos plantios: sem pomares de citros próximos ou com fazendas dentro de um grupo de manejo regional do greening.
- BEB, ALT, JBO, NOV e SOR: risco médio/alto
Regiões com incidência média e tendência de aumento da doença.
- MAT: risco médio
O controle interno da doença e do psilídeo e as ações de manejo externo têm sido feitas com rigor pela maioria dos produtores e são responsáveis pela redução da incidência de greening em Matão, única região com queda.
- TMG, VOT, SJO, BAR e LIN: risco muito baixo e baixo
Regiões com menores incidências de greening. Clima quente e mais seco é menos favorável ao desenvolvimento do psilídeo e à disseminação da doença.
- ITG e CBO: risco muito baixo e baixo
Municípios com menos áreas citrícolas e menos incidência de greening. O clima mais frio é menos favorável ao psilídeo.
Pela primeira vez, o trabalho fez uma segunda projeção para o greening, desconsiderando o plantio de novas mudas e incluindo a estimativa de plantas doentes eliminadas ao longo de 2020, componentes que “diluem” a incidência, que chegaria a 26,52%.
“Os danos à produção e, consequentemente, os prejuízos aos citricultores já são consideráveis, principalmente nas regiões com maiores incidências, que contabilizam alta perda de plantas e queda de frutos, redução da produtividade e dificuldade de controle dos pomares jovens. No entanto, a situação pode se agravar ainda mais se não houver a conscientização da seriedade do cenário e o comprometimento com as medidas capazes de alterá-lo”, aponta Monaco. “O greening não admite rigor mediano. É urgente frear a tendência de aumento da doença e reverter a situação. Somente a união do setor e a adesão de todos ao controle rigoroso é capaz de reduzir a incidência e as perdas”, enfatiza.
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