Alta tecnologia é diferencial da Bayer para Congresso de Algodão
A JBS-Friboi comprou o Bertin? Foi uma fusão? Quem controla quem? Quais são as implicações para os outros segmentos da cadeia? A especulação tem sido grande acerca desse assunto.
A Scot Consultoria esteve no Interconf, onde algumas informações foram divulgadas. O acordo ainda está sujeito a alterações e mudanças, mas algumas posições foram estabelecidas. Na verdade, o que importa é o seguinte: a operação consiste em uma fusão entre empresas. A JBS-Friboi fica com 52% da holding, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fica com 27%, o Bertin com 10% e o restante pertence a acionistas minoritários.
Além disso, o Bertin ainda participa da gestão e entra com outras empresas que fazem parte da sua administração, entre elas, os frigoríficos, o curtume Bracol, a Vigor, seus confinamentos e demais segmentos.
A preocupação gira em torno do desdobramento dessa operação.
De acordo com pesquisa da Scot Consultoria, levando em consideração as principais indústrias do país (entre plantas ativas, inativas e paralisadas), a JBS-Friboi é responsável por 21,8% dos abates (o que não significa a capacidade de abate total). O grupo Bertin é responsável por 17,3% e a fusão gerará um gigante capaz de abocanhar 39% do abate nacional.
De cada dez bois, 3,9 serão abatidos pelo JBS-Bertin.
O Brasil possui mais de 750 plantas frigoríficas em funcionamento, sendo que mais de 100 dessas unidades pertencem aos maiores grupos. Segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) 90% da carne exportada é processada por esses grupos e 35% do mercado interno também é abastecido por eles.
Para os pequenos grupos frigoríficos, o desempenho poderá ser prejudicado em função da concentração. Como ficará o preço da carne para o varejo?
Para o fazendeiro, a notícia não é bem-vinda: se a concorrência diminui, o preço da arroba perde sustentação.
Na outra ponta, a fusão significa consolidação no mercado. Para o fazendeiro, maior confiança em termos de segurança de recebimento (será?). Para o comprador de carne doméstico e internacional, segurança da entrega e padronização, em função do volume.
O governo também gosta. É menos gente para fiscalizar.
Da crise a única certeza. A concentração dos agentes de mercado. Menos frigoríficos, menos supermercados e, por fim, menos pecuaristas.
Lygia Pimentel e Alcides Torres
Scot Consultoria
Os frigoríficos Bertin e JBS, divulgaram ao público as seguintes informações à respeito da unificação de suas atividades:
Fato relevante
As administrações da Bertin S.A. (“Bertin”) e da JBS S.A. (“JBS”) vêm a público informar que foram comunicadas, nesta data, por seus acionistas controladores, que foi firmado nesta data um Acordo de Associação que prevê, entre outras, diversas transações de forma a viabilizar a unificação das operações da Bertin e da JBS, como segue:
1. Conforme o Acordo de Associação, os acionistas controladores da JBS, J&F Participações S.A. (“J&F”) e ZMF Fundo de Investimento em Participações (“ZMF”) concordaram em contribuir para uma sociedade holding (“Nova Holding”) a totalidade das ações que ambos detêm na JBS. Os acionistas controladores da Bertin, por sua vez, concordaram em contribuir para a Nova Holding com ações representativas de 73,1 % do capital da Bertin. A Nova Holding, portanto, passará a ser a acionista controladora tanto da Bertin como da JBS.
2. As Partes estão analisando a melhor estrutura de integração das operações da Bertin e da JBS. Em qualquer caso, a operação seguirá os trâmites legais necessários. Estima- se que os valores de capital próprio (equity value) da Bertin e da JBS devem estar na proporção de aproximadamente 40% - 60% (data base de 30.6.2009).
3. A JBS está em processo avançado de negociação de uma capitalização de US$ 2,5 bilhões mediante subscrição privada na JBS USA Holdings, Inc. (“JBS USA”). Esta operação resultará em uma participação de, no máximo, 26,3% do capital da JBS USA pós capitalização. A obrigação de J&F e ZMF de concluírem o negócio previsto no Acordo de Associação está sujeita à obtenção deste aporte na JBS USA para manter a alavancagem da JBS nos níveis atuais.
4. Além disso, a obrigação das partes de concluir o negócio previsto no Acordo de Associação está sujeita à aprovação da operação pelas autoridades de defesa da concorrência no Brasil e no exterior, conforme aplicável, a condições de praxe, tais como a inexistência de um efeito adverso material nos ativos a serem contribuídos, e à conclusão, de forma satisfatória, de due diligence em tais ativos.
5. A JBS realizou teleconferência em 16 de setembro de 2009 com investidores e analistas, às 12:00 horas, (+55 11 4688 8128 – não há código), e às 13:30 com imprensa, (+55 11 4688 8128 – não há código), com transmissão ao vivo pela Internet, no website
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6. O Banco J.P. Morgan S.A. e o Banco Santander Brasil S.A. atuaram como assessores financeiros exclusivos da JBS e da Bertin, respectivamente, para a operação ora descrita.
Sobre a Bertin
A Bertin possui mais de 30 anos de mercado, sendo uma das maiores produtoras e exportadoras de produtos de origem animal da América Latina, como carne bovina in natura e processada, lácteos, couros e produtos pet. Fornece soluções integradas na cadeia de proteínas e derivados, em sintonia com o mercado e antecipando tendências. A atuação da companhia está pautada em uma agência de evolução permanente de suas práticas sócio-ambientais. Os produtos e serviços da Bertin são comercializados no mercado interno e em mais de 110 países, em cinco continentes. A Companhia ainda produz matéria prima para itens de higiene e beleza, que são comercializados por outra empresa do grupo, que não faz parte do negócio. A Bertin conta com 38 unidades produtivas no Brasil e no exterior com capacidade de abate de 16,5 mi cabeças/dia (2009E), e emprega mais de 28 mil colaboradores, incrementando o desenvolvimento econômico do País e a geração de renda para a sociedade brasileira. No exercício social de 2008, a Bertin obteve receitas de aproximadamente R$7,5 bilhões. Suas marcas reconhecidas: “Bertin”, “Vigor”, “Leco”, “Danúbio”, “Apetit”, “Faixa Azul”, “Super Flor”, “Funpet”, “Natural Farms”, entre outras. Maiores informações sobre Bertin estão disponíveis em
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Sobre a JBS
A JBS é hoje a maior empresa de carne bovina do mundo, com uma capacidade de abate de 73,9 mil cabeças/dia e a maior exportadora mundial de carne industrializada. As operações da Companhia são realizadas em 25 plantas industriais localizadas em 9 estados brasileiros, 6 plantas em 4 províncias argentinas, além de 16 plantas nos EUA, 10 na Austrália e 8 na Itália. Adicionalmente, a JBS é a terceira maior produtora de carne suína dos EUA, com uma capacidade de abate de 48,5 mil cabeças/dia. A JBS possui operações de confinamento nos EUA, Austrália, Brasil e Itália, totalizando 18 unidades ao redor do mundo. Em 2008, a JBS obteve receitas líquidas de R$ 30,3 bilhões. Suas marcas “Friboi”, “Swift”, “Swift and Company”, “La Herencia”, “1855 Swift Premium”, “Maturatta”, “Cabaña Las Lilas”, “Organic Beef Friboi”, “Anglo", “Mouran”, “Plata”, “King Island”, “Beef City”, “AMH”, “Inalca”, “Montana” e “Ibise” são amplamente reconhecidas como símbolo de qualidade.
Mais informações sobre a JBS S.A. estão disponíveis em
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São Paulo, 16 de setembro de 2009.
Jeremiah O’Callaghan
Diretor de Relações com Investidores
Fernando Bertin
Diretor Presidente JBS S.A. Bertin S.A.
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