Agritechnica 2023 reúne as principais inovações mundiais do setor
Produtos da indústria brasileira também estarão no evento, com dois pavilhões de expositores; setor faturou R$ 299 bilhões em 2021 no Brasil, segundo Abimaq
Em uma analogia, pode-se dizer que as plantas podem "comer" mais do que precisam. Cientistas do Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS) em West Lafayette, Indiana, sustentam em artigo que, com relação ao fósforo, as plantas de milho continuarão absorvendo o nutriente 25% a 80% além do necessário para atingir seu rendimento total de grãos. A situação foi chama de "consumo de luxo", em tradução literal. O trabalho é de Chad J. Penn, James J. Camberato e Matthew A. Wiethorn.
Os cientistas mostraram que em seu estudo que a absorção de fósforo (P) no milho ocorreu em três fases com duas etapas de "consumo de luxo"; (i) aumento da absorção com aumento da produção de grãos e biomassa total até atingir a máxima produção de grãos, (ii) maior absorção de P com aumento da biomassa total, mas com diminuição da produção de grãos; e (iii) absorção com pouco ou nenhum aumento na biomassa total e queda contínua no rendimento de grãos.
Assim, as duas etapas do "consumo de luxo" de P foram por eles definidas como absorção contínua com diminuição na produção de grãos, seguida de absorção com pouco ou nenhum aumento na biomassa total e diminuição contínua na produção de grãos. A partir disso, dizem, pode-se definir o teor ótimo de P para atingir o rendimento máximo de grãos (Pgy) e biomassa (Pbm) em aproximadamente 580 e 730 mg P planta-1, ou 1,23 e 1,35 g kg-1, respectivamente.
Os cientistas acrescem que o excesso de absorção de P provavelmente produz um platô no rendimento de grãos, o que apresenta uma grande ineficiência em relação ao uso e economia de fertilizantes fosfatados. Em última análise, esse excesso de P é usado para construir maior biomassa sem nenhum benefício de rendimento de grãos.
Uma implicação desse consumo de luxo em duas etapas é que, dependendo do uso pretendido, a absorção de P pela planta (e, portanto, os níveis de P do solo) variam.
Simplificando, dizem, mais P será necessário se o objetivo for produzir o máximo de biomassa, como para biocombustível, produção de silagem ou sequestro de carbono, em comparação com a maximização da produção de grãos. Por outro lado, se o usuário final não se beneficiar do conteúdo adicional de P que é alcançado com o aumento da absorção de P, então seria mais econômico para o produtor empregar menor fertilidade de P simplesmente para alcançar Pgy.
Por fim, apontam, de grande interesse é a diminuição significativa no rendimento de grãos com absorção excessiva de P além do Pgy. Isso provavelmente ocorreu devido a interações entre P e outros nutrientes.
O artigo completo pode ser lido aqui: how much phosphorus uptake is required for achieving maximum maize grain yield?
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura