Mercado de pesticidas cresce 33% e chega em US$ 1,67 bilhão

Categoria de herbicidas permanece a mais demandada pelos produtores, enquanto manejo com inseticidas quase dobrou em sete safras, frente à maior incidência da broca-da-cana e das cigarrinhas, aponta pesquisa da Kynetec

25.04.2023 | 14:35 (UTC -3)
Fernanda Campos

Terceiro cultivo em representatividade para a indústria de agroquímicos, atrás da soja e do milho (1ª e 2ª safras), a cana-de-açúcar movimentou US$ 1,67 bilhão em produtos no ano fiscal de 2022, alta de 33% ante o ciclo anterior (US$ 1,263 bilhão). Os dados são do novo estudo FarmTrak, da consultoria Kynetec, que acaba de ficar pronto. A pesquisa envolveu entrevistas presenciais com 500 produtores de usinas e fornecedores da matéria-prima, em 243 cidades, de outubro último a janeiro deste ano.

Conforme o levantamento, os herbicidas e os inseticidas mais uma vez empurraram as vendas do setor para cima. Os primeiros corresponderam a 55% do desempenho da indústria: saltaram 40%, para US$ 921 milhões, contra US$ 656 milhões de 2021. Já os inseticidas, responsáveis por 37% dos negócios, avançaram 23%, de US$ 497 milhões para US$ 613 milhões. De acordo com a Kynetec, o crescimento do mercado em dólar se deu pelo aumento no custo de alguns produtos e maior número de aplicações.

Segundo o coordenador de inteligência de mercado da Kynetec, Vitor Hugo Leite, o segmento de inseticidas constitui o grupo de produtos que mais cresce em termos relativos, safra após safra. “A área tratada por esses insumos quase dobrou de 2015 a 2022, de 12,6 milhões de hectares para 23,4 milhões de hectares. Houve ainda acréscimo relevante no uso de produtos biológicos.”

De acordo com Leite, o aumento da importância agronômica das pragas broca-da-cana e cigarrinhas, além de insetos de solo como Sphenophorus, cupins e migdolus, tem levado os produtores da gramínea a intensificar tratamentos. “Em valor de mercado, as cigarrinhas elevaram em 36% a demanda por inseticidas em 2022. As transações do subsegmento cresceram de US$ 168 milhões para US$ 228 milhões.”

Outros produtos e regionalização

O levantamento FarmTrak Cana-de-Açúcar apontou também que a área plantada com a gramínea permaneceu na faixa de 9,2 milhões de hectares. Já a área total tratada (PAT) por defensivos agrícolas no ano fiscal de 2022, destaca a Kynetec, ficou aproximadamente 23% acima da safra anterior: 79 milhões de hectares, contra 64 milhões de hectares.

Conforme a Kynetec, os fungicidas figuraram na terceira posição do ranking de agroquímicos da cana. Tais produtos equivaleram a 4% do mercado total: US$ 61 milhões, número 32% maior comparado a 2021 (US$ 46 milhões). Reguladores de crescimento e outros produtos – adjuvantes, redutores de PH, inoculantes e óleos, sobretudo -, somaram 4% do mercado, totalizando US$ 79 milhões. “Estes permaneceram estáveis de um ano a outro”, enfatiza Leite.

Ainda conforme Vitor Leite, o cultivo da cana segue “bastante regionalizado”, concentrado majoritariamente na região Sudeste, sendo o estado de SP o mais relevante em produção e área: 53% do total ou 4,9 milhões de hectares. O Centro-Oeste abrange 22% dos canaviais: dois milhões de hectares. MG e ES somam 10%: 917 mil hectares. No Sul, o Paraná reúne 580 mil hectares ou 6%. No Nordeste, AL, BA, PB e PE têm 8% ou 759 mil hectares.

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