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Pesquisa liderada por cientistas dos Estados Unidos e Taiwan propõe técnica inovadora para identificar a presença do inseto invasor Lycorma delicatula, conhecido como "percevejo-lanterna". O método usa formigas como "amostradoras de DNA", coletando restos genéticos do inseto por meio da ingestão de substâncias produzidas por ele.
Lycorma delicatula é originário da Ásia e atualmente ameaça cultivos nos Estados Unidos. Suas secreções doces, chamadas de honeydew, acumulam-se nas folhas de árvores e atraem formigas. Essa substância contém DNA do inseto, o que oferece uma oportunidade de identificação sem necessidade de avistamento direto.
A pesquisa valida o uso do chamado “DNA derivado de formigas” (antDNA) como um meio eficaz e sensível de detecção. Ao analisarem o conteúdo intestinal das formigas, os cientistas conseguiram rastrear a presença do percevejo-lanterna com precisão e alcance considerável.
A equipe realizou três testes. O primeiro confirmou a presença de DNA do inseto em formigas coletadas em áreas infestadas. No segundo, alimentaram formigas com honeydew contendo DNA de L. delicatula. O DNA permaneceu detectável por pelo menos cinco dias. No terceiro, atraíram formigas usando iscas com mel ao longo de transecções em áreas infestadas. As amostras capturaram DNA da praga a distâncias de até 100 metros da árvore hospedeira.
O método demonstrou sensibilidade elevada. Em locais de média e alta infestação, a taxa de detecção ultrapassou 60%. Mesmo em áreas com poucos insetos, cerca de metade das amostras revelou DNA da praga. As formigas foram atraídas com facilidade em menos de 30 minutos.
Ao contrário de técnicas convencionais que exigem equipamentos caros e coleta de água ou folhagens, o antDNA requer apenas tubos, algodão e solução de mel. A amostragem não depende de refrigeração imediata, o que facilita o trabalho em campo.
As formigas, por seu comportamento de forrageamento e capacidade de armazenar líquidos, ingerem e retêm o honeydew por vários dias. Esse conteúdo pode ser compartilhado com outras formigas do ninho, ampliando o alcance da detecção. A técnica permite, assim, monitorar áreas maiores com menos esforço.
Essa abordagem também reduz o impacto sobre o ambiente, evitando a remoção de vegetação ou o uso de armadilhas invasivas. Além disso, apresenta vantagem em regiões de difícil acesso, como áreas montanhosas ou propriedades privadas.
A metodologia pode ser adaptada para rastrear outras pragas produtoras de honeydew. A combinação de ecologia de formigas com biotecnologia oferece uma nova fronteira no monitoramento ambiental. O estudo conclui que o uso de formigas como sentinelas genéticas pode tornar programas de vigilância mais eficazes e acessíveis, contribuindo para conter a expansão de pragas em territórios agrícolas vulneráveis.
Mais informações em doi.org/10.1002/ps.8814
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