Fiscalização apreende 32 toneladas de arroz e feijão

Produtos irregulares foram identificados por auditores fiscais federais em um supermercado do interior de São Paulo

25.04.2025 | 14:26 (UTC -3)
Fernanda Balbino

Auditores fiscais federais agropecuários apreenderam 32 toneladas de arroz e feijão com qualidade inferior à informada nos rótulos durante fiscalização em supermercados de Araraquara (SP). Os produtos eram vendidos como tipo 1, mas apresentavam impurezas e defeitos que os enquadravam em categorias inferiores, o que configura fraude contra o consumidor e desrespeito à legislação vigente. 

Na ação, conduzida por dois servidores públicos, foram apreendidos 4.595 pacotes de 5 quilos de arroz, classe longo fino, tipo 1, totalizando 22.975 quilos. Esse arroz havia sido embalado por uma empresa de Uberlândia (MG). Também foram identificadas irregularidades em 9.200 pacotes de 1 quilo de feijão, classe cores, tipo 1, embalados por uma empresa de Brodowski (SP).

A análise técnica demonstrou que, em um dos lotes de arroz, 31,8% dos grãos estavam quebrados ou apresentavam quireras. Em outro, esse índice era de 23,3%. De acordo com a legislação brasileira, o limite máximo permitido para que o arroz seja classificado como tipo 1 é de 7,5% de grãos quebrados ou com quireras. Ou seja, os produtos deveriam ter sido rotulados como tipo 2, no mínimo.

No caso do feijão, um dos lotes analisados foi enquadrado como tipo 3, por conter 3,57% de grãos mofados, ardidos ou germinados — mais do que o limite de 1,5% permitido para o tipo 1. O outro lote foi classificado como tipo 2, com 5,41% de grãos amassados, partidos, danificados ou imaturos, acima do limite legal de 2,5% para o tipo 1.

Como identificar problemas no arroz e feijão

Segundo os auditores fiscais federais agropecuários, o consumidor pode adotar alguns cuidados na hora da compra para evitar levar produtos de qualidade inferior para casa:

  • Aparência dos grãos: escolha pacotes com grãos inteiros, de cor uniforme e sem rachaduras;
  • Presença de impurezas: fique atento a sinais como pedrinhas, pó, grãos mofados ou insetos;
  • Embalagem: verifique se está bem fechada, sem sinais de umidade, e sempre confira a data de validade e o tipo do produto.

No caso do arroz, muitos grãos quebrados e amarelados indicam menor qualidade. No feijão, a presença de grãos mofados é um forte indicativo de que o alimento está impróprio para o consumo.

Denúncias

Casos suspeitos podem ser denunciados anonimamente ou com identificação por meio da plataforma Fala BR, disponível no site do Ministério da Agricultura (Mapa). As informações ajudam a direcionar fiscalizações e proteger os consumidores de práticas enganosas no mercado de alimentos.

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Macedo, ações como essa reafirmam o papel essencial dos auditores fiscais federais agropecuários. “Somos aliados da população na proteção da saúde e da segurança dos alimentos. Nosso trabalho de fiscalização garante que o consumidor leve para casa exatamente o que está comprando. Combater fraudes é defender o direito à informação e à qualidade nos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros”, conclui.

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