Exportações do agronegócio do Cone Sul estão ameaçadas com possível acordo comercial entre EUA e União Europeia

12.07.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa CNA

O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, alertou para a queda das exportações de produtos do agronegócio do Cone Sul para a União Europeia, que poderão ser substituídas pelas vendas externas norte-americanas. Isso acontecerá caso seja concluída a negociação “para uma parceria bilateral de comércio e investimentos entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE)”, disse Sperotto, que coordena as discussões sobre Mercosul na CNA, em discurso no II Fórum Empresarial do Mercosul, evento que acontece no âmbito da Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, que se realiza em Montevidéu (Uruguai).

Nesse contexto, assinalou, é urgente que “estejamos unidos no monitoramento de políticas comerciais, modernizando nossos procedimentos internos e contribuindo nas discussões sobre as regras do comércio internacional”. Sperotto lembrou ainda que o Mercosul precisa estar atento às barreiras não tarifárias existentes e às muitas outras que estão por vir, caso a parceria entre EUA e europeus seja concretizada.

Para o vice-presidente da CNA, outro ponto que precisa de atenção dos países integrantes do Mercosul são as negociações internacionais. Segundo ele, “o Brasil está pronto com a sua oferta de bens, serviços e investimentos para seguir o processo negociador com a UE, porque vemos o momento atual como crucial para a conclusão de acordos com os europeus”.

Sistema de preferências- A urgência por acordos dessa natureza se agrava porque a partir de 2014 “o Brasil deixará de desfrutar dos benefícios do Sistema Geral de Preferências europeu, o chamado SGP”, alertou. Assim, diante dessa realidade, setores como a fruticultura e a cadeia produtora de óleo de soja serão os mais afetados no Brasil, no entendimento do vice-presidente da CNA. Ele disse que países como Uruguai, Argentina e Venezuela também estão em situação semelhante à do Brasil nesse aspecto.

Em razão desse cenário, segundo Sperotto, os acordos comerciais são “a principal alternativa para compensarmos essas perdas e garantir o potencial exportador do setor agropecuário”.

Momentos distintos- Na avaliação de Sperotto, “o Brasil está determinado a encontrar formas de flexibilizar as regras de comércio existentes e seguir em frente com as negociações junto à UE”. “Vemos o momento atual como crucial para a conclusão do acordo com os europeus”, reiterou.

Alimentos – Os países do Cone Sul, reforçou, “são importantes fornecedores de alimentos para o mundo”. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que, até 2050, a produção de alimentos deve crescer 60% para atender uma população superior a 9 bilhões de habitantes.

Neste cenário, destacou Sperotto, a FAO avalia que o Brasil tem potencial para elevar sua produtividade em até 40%, ou 280 milhões de toneladas de grãos a mais. “Esse aumento será fundamentado em ganhos de produtividade e não implicará em grandes expansões de áreas cultivadas”, concluiu.

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