Estudo redefine práticas de manejo do bicudo-da-cana

Pesquisadores do Cepenfito da Unesp apontam estratégias para aumentar a produtividade da lavoura

04.09.2025 | 13:55 (UTC -3)
João Pedro Piza, edição Revista Cultivar
Foto: Carolane Silva
Foto: Carolane Silva

As estratégias de combate ao bicudo-da-cana (Sphenophorus levis) estão sendo redefinidas por um estudo inédito conduzido pelo Centro de Pesquisa em Engenharia - Fitossanidade em Cana-de-Açúcar (Cepenfito), da Universidade Estadual Paulista Campus Jaboticabal (Unesp). As descobertas, lideradas pelo professor Odair Aparecido Fernandes, desmistificam práticas comuns e abrem caminho para soluções mais eficazes e sustentáveis.

Entre os principais achados, a pesquisa demonstra que a palha no solo pode facilitar a movimentação do bicudo. O monitoramento de mais de 2.700 insetos em diferentes condições concluiu que a remoção ou o enleiramento da palha pode ser uma aliada estratégica, limitando a dispersão da praga no campo.

Outro destaque é que o corte da soqueira apresenta ineficiência para o controle e ainda prejudica a lavoura. A prática, tradicionalmente usada para potencializar a ação de inseticidas, não aumenta a eficiência do controle químico e pode causar uma redução de até 4% na produtividade. 

O estudo ainda indica que a vinhaça é uma alternativa promissora. A aplicação de inseticidas associada à vinhaça, um resíduo da produção de etanol, pode otimizar a distribuição do produto no solo, atingindo as fases imaturas do inseto de forma mais eficiente e sustentável.

"Nossos resultados mostram que a ciência aplicada ao campo pode não só otimizar o controle de pragas, mas também garantir a produtividade e a rentabilidade de forma sustentável", afirma Fernandes. Além disso, reforça a necessidade de um Manejo Integrado de Pragas (MIP) mais racional, combinando práticas culturais e o uso criterioso de inseticidas. 

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