Estudantes da Embrapa Meio Ambiente apresentam trabalhos sobre biodiversidade

Temas relacionados à biodiversidade brasileira serão discutidos em 7 de julho de 2009 das 9 às 16h no Auditório da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), por estudantes de mestrado e doutorado. É um assunto bastante atual, principalmente nos países detentores de recursos naturais.

“Em relação aos grupos de organismos mais estudados, destaca-se a biodiversidade encontrada em plantas e microrganismos, que são alvo também de estudos de bioprospecção, que visam a sua utilização em processos agroindustriais”, explica o técnico da Embrapa Meio Ambiente João Luiz da Silva, um dos organizadores do seminário. Para Fernando Dini Andreote, pos-doutorando e também um dos organizadores, “a discussão visa contribuir para o intercâmbio de idéias e metodologias de estudo”.

A primeira apresentação, às 9h15, irá abordar o isolamento de linhagens bacterianas, a busca e a detecção de genes funcionais nifD e nifH envolvidos na ciclagem de nitrogênio em manguezais do Estado de São Paulo, por Rute Rodrigues Mendes, estudante Universidade do Espírito Santo de Pinhal.

A particular combinação de condições ambientais, únicas neste sistema, faz dos manguezais um ecossistema de evolução de espécies capazes de colonizá-lo, composto por plantas, animais, protozoários e microrganismos que interagem, caracterizado pela interface entre o continente e o oceano e que ocorre em regiões intertropicais sob condições únicas de salinidade.

Às 9h45, Fernanda Storte da Universidade de Mogi das Cruzes apresenta trabalho sobre a diversidade de bactérias associadas às plantas carnívoras do gênero Utricularia.

Cristine Gobbo Menezes, também da Universidade de Mogi das Cruzes aborda a comparação de aspectos morfológicos de Utricularia longifolia (Lentibulariaceae) ao longo de um gradiente ambiental. Foram coletados espécimes de U. longifólia em três localidades (Bananal, Angra dos Reis e Rio de Janeiro). Como esperado, a morfologia comparada das três populações refletiu a plasticidade morfológica, tanto de caracteres reprodutivos quanto vegetativos, provavelmente como resposta, em parte, à variação ambiental.

Débora Clivati da Universidade de Mogi das Cruzes apresenta às 10h45 a diversidade morfológica entre populações de Utricularia reniformis. A investigação morfométrica pode ser ferramenta valiosa para trazer luz às questões relacionadas à estrutura populacional, complementando informações resultantes de estudos genéticos.

A aplicação de técnicas moleculares independentes de cultivo para acessar a comunidade bacteriana associada à cana-de-açúcar transgênica será discutida por Francisco Dini Andreote, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), às 13h45. Estima-se que existam milhões de espécies pertencentes ao domínio Bactéria, compondo uma biodiversidade ainda pouco explorada. O desenvolvimento de técnicas moleculares de análise microbiana independentes de cultivo permite o melhor conhecimento dessa diversidade nos mais diversos ambientes.

Logo após, às 14h15, Manuella Nóbrega Dourado, da Esalq/USP fala sobre o microarranjo na interação gênica de Methylobacterium e a planta. Algumas espécies deste gênero são capazes de promover o crescimento, aumentar a atividade fotossintética da planta hospedeira e reduzir o ataque de patógenos.

Mírian Lobo Saber, da Esalq/USP apresenta às 14h45, trabalho sobre modulação da interação entre bactérias epifíticas e fitopatogênicas de soja pelo aumento da radiação ultravioleta B (UVB), inibitória para alguns organismos e causadora de danos diretos no DNA, incitando a formação de lesões no DNA celular, que resulta no bloqueio da replicação e transcrição do DNA e RNA. A filosfera, região superficial foliar, comporta uma extensa diversidade de microrganismos epifíticos, é um dos habitats mais influenciados pela exposição à radiação solar UVB. Microrganismos que habitam a filosfera de plantas, como o fitopatógeno Pseudomonas syringae, possuem genes que reparam danos no DNA causados pela UV conferindo tolerância a diferentes níveis de exposição. Tais habilidades são consideradas estratégias importantes para a interação microrganismo-planta.

Às 15h15, a discussão será sobre a biodiversidade e bioprospecção de microrganismos endofíticos e rizosféricos isolados de espécies das Famílias Cactaceae e Combretaceae obtidas da Caatinga do Semi-Árido Nordestino, trabalho desenvolvido por Suikinai Nobre Santos e Vanessa Nessner Kavamura – Embrapa Meio Ambiente/Esalq. Os solos permanecem como o mais importante reservatório para exploração da diversidade e da funcionalidade de microrganismos. As comunidades microbianas ali existentes podem ser influenciadas diretamente por fatores bióticos e abióticos que determinam a sua composição.

São 40 vagas gratuitas. Informações e inscrições pelo email

São parceiros a Universidade de Mogi das Cruzes e a Esalq.

Cristina Tordin

Embrapa Meio Ambiente

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