Especialistas discutem estratégias para criação do Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio no RJ

O projeto de desenvolvimento institucional é liderado pela Embrapa e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj)

01.09.2023 | 15:50 (UTC -3)
Fernando Gregio
Foto: Alexandre Esteves
Foto: Alexandre Esteves

Dezenas de representantes da academia, da iniciativa privada e do poder público estão engajados na formulação do planejamento estratégico para a criação do Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio no Rio de Janeiro (Pitec Agro). O projeto de desenvolvimento institucional liderado pela Embrapa e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que está apoiando a estruturação dessa rede tecnológica, conta com uma consultoria especializada na construção de hubs de inovação para orientar a equipe na formulação estratégica do novo polo.

A primeira atividade prática da consultoria, a cargo da Fundação Instituto de Administração (FIA), foi realizada na Embrapa Solos (RJ), no dia 25 de agosto. O workshop reuniu stakeholders de cerca de 20 instituições ligadas ao ecossistema de inovação do Rio de Janeiro, que participaram da construção colaborativa do planejamento estratégico do polo tecnológico, delineando a missão, a visão e os valores, com discussões em grupos e apresentação das propostas em plenária. Todas as contribuições coletadas estão sendo compatibilizadas pelos consultores, que trabalham na formulação da primeira proposta. Novas reuniões técnicas serão realizadas para dar continuidade às discussões de outros pontos importantes, e o próximo encontro está previsto para acontecer de maneira remota, no dia 5 de setembro.

O Pitec Agro tem o objetivo de promover no estado do Rio de Janeiro a interação e a cooperação entre iniciativas empreendedoras privadas, comunidade científica, universidades e instituições públicas para transformar pesquisa e conhecimento em produtos e serviços inovadores, atendendo com mais eficácia as demandas do setor produtivo.

“Esperamos que o Rio de Janeiro saia da incômoda posição de não ter protagonismo no agronegócio, na agricultura e na pecuária, para um estado que será um dos grandes líderes nacionais nessas cadeias, por meio da inovação. Pelo território limitado que tem, o estado não vai produzir commodities para exportação em grandes volumes, mas esperamos que deixe de importar 80% dos alimentos que consome para importar, no máximo, 30%”, analisa o coordenador geral do projeto da Faperj, José Carlos Polidoro, diretor de Programas Estratégicos da Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Polidoro afirma, ainda, que o Rio de Janeiro tem potencial para agregar à sua economia todas as vantagens da comercialização tecnológica, agregar valor aos seus produtos e aumentar o impacto do agronegócio no seu PIB, além de sediar grandes organizações e instituições financeiras, de fomento e de pesquisas de referência e de já possuir ambientes de inovação consolidados, fatores que favorecem iniciativas de inovação aberta e proporcionam a possibilidade de uma atuação descentralizada do futuro polo de inovação agropecuária.

Workshop reúne dezenas de instituições

Participaram do workshop na Embrapa Solos gestores ou representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (Seappa); Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços do Rio de Janeiro (Sedeics); Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio de Janeiro (Pesagro); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (Emater-Rio); Parque Tecnológico da UFRJ; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal Fluminense (UFF); Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Rio); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Centro de Excelência em Fertilizantes (CEFert); Bayer; Antera Gestão de Recursos; Instituto Senai de Inovação; Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT); Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ); Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Rio de Janeiro (OCB-RJ); Fundação Instituto de Administração (FIA) e Embrapa, por meio da Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Solos.

Aline Figlioli, coordenadora executiva da consultoria FIA, que conduziu as ações colaborativas durante o workshop, destaca que o primeiro encontro de análise estratégica do polo reuniu representantes da chamada tríplice hélice da inovação – academia, iniciativa privada e poder público. É da interação dessas três esferas institucionais que se busca promover o desenvolvimento por meio da inovação e do empreendedorismo.

“Conseguimos criar essa primeira chama de movimentação, agora mais perto dos stakeholders. Reunimos representantes da academia, de Instituições Científicas e Tecnológicas e de Inovação (ICTs), de grandes empresas e cooperativas, de instituições de apoio e fomento e governamentais. Foi uma representatividade bem completa do ecossistema de inovação para iniciarmos efetivamente o processo de envolvimento e de construção colaborativa do polo tecnológico”, comemora.

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