Especialista afirma que MT tem o maior potencial do Brasil para expandir agricultura irrigada

Atualmente a área irrigada do Brasil é de 8,2 milhões de hectares e Mato Grosso responde por 178 mil hectares

08.05.2023 | 13:43 (UTC -3)
Lucas Rodrigues
O professor da Universidade Federal de Viçosa (MG) e consultor do Imafir/Aprofir, Everardo Mantovani, apresentou estudo ao governador Mauro Mendes na capital do Nebraska (EUA)
O professor da Universidade Federal de Viçosa (MG) e consultor do Imafir/Aprofir, Everardo Mantovani, apresentou estudo ao governador Mauro Mendes na capital do Nebraska (EUA)

O professor da Universidade Federal de Viçosa (MG) e consultor do Imafir/Aprofir, Everardo Mantovani, afirmou que Mato Grosso possui o maior potencial do Brasil em expansão de agricultura irrigada.

Os dados estão contidos em estudo apresentado ao governador Mauro Mendes na noite de domingo (07/05) durante reunião em Lincoln, capital do Nebraska (EUA).

O relatório foi produzido em parceria com a Universidade Federal do Nebraska, estado americano líder em produção com a técnica de agricultura irrigada.

"Em função da dificuldade de expandir áreas produtivas, uma alternativa é a agricultura irrigada. E não é uma agricultura irrigada que vai entrar de qualquer forma, é uma agricultura irrigada sustentável que tem o lado econômico, lado social e lado ambiental. Mato Grosso tem o maior potencial de crescimento na agricultura irrigada no Brasil. É um potencial incrível", disse Mantovani. 

De acordo com o estudo, atualmente a área irrigada do Brasil é de 8,2 milhões de hectares e Mato Grosso responde por 178 mil hectares.

A análise realizada mostra que o potencial efetivo de expansão de áreas irrigadas no Brasil é de 13,6 milhões de hectares e Mato Grosso é o que possui a maior capcidade de crescer, podendo saltar para até 3,9 milhões de hectares.

"A irrigação será extremamente importante para o Brasil e notadamente para o nosso Estado de Mato Grosso, porque já somos grandes produtores e fazemos duas safras. Porém, por conta das incertezas que estão se trazendo ao mundo pelas mudanças climáticas, precisamos diminuir esse risco, e uma das melhores formas é trabalhando com a irrigação", relatou o governador.

Mauro Mendes explicou que uma das razões da viagem a Nebraska é justamente aprender as melhores técnicas para implementar essa forma de produção, tendo em vista que é o estado americano com maior êxito nesta área.

"A irrigação poderá melhorar muito a produtividade e fazer com que o nosso estado mantenha essa importante posição de ser o líder brasileiro na produção agrícola", apontou.

Para o deputado estadual Beto Dois a Um, esse estudo foi uma forma de "abrir os olhos" para as novas perspectivas de produção em Mato Grosso. 

"Isso mostra a sensibilidade do governador em pensar no futuro, com Mato Grosso continuando a ocupar o protagonismo que ele exerce no Brasil e no mundo, mas a importância também de nos atentarmos ao fato de que a agricultura de irrigação precisa crescer", frisou.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Carlos Avalone destacou que Mauro Mendes acertou ao pedir um estudo científico que pudesse mostrar o potencial e a melhor forma de Mato Grosso expandir essa técnica produtiva.

"Fiquei impressionado com esse belíssimo estudo pedido pelo governador, para que pudéssemos estudar as questões das águas subterrâneas de irrigação. E fazer isso em bases científicas demonstra a preocupação do Estado em fazer a irrigação de forma séria, aproveitando o trabalho e a experiência de outros países e outros estados", completou.

O presidente da Aprofir, Otávio Palmeira, também ressaltou a importância de desenvolver políticas de Estado que fomentem formas sustentáveis e modernas de produção.

"O governador mostrou sensibilidade política e visão de futuro. Estamos mostrando para ele o potencial de Mato Grosso, que pode se tornar o estado com maior irrigação no Brasil", relatou.

Também participaram da reunião: os secretários de Estado Mauro Carvalho (Casa Civil) e César Miranda (Desenvolvimento Econômico); o diretor executivo da Aprofir, Afranio Migliari; o diretor de pesquisa do Instituto Water for Food e professor da Universidade do Nebraska, Christopher Neale; e o pesquisador da Universidade Federal de Viçosa, Marcos Heil Costa.  

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