ESPECIAL SHOW RURAL: Monitoramento de pragas e doenças é demonstrado na Coopavel

A Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é uma das Unidades da Embrapa a participar do Show Rural Coopavel, que acontece de 3 a 7 de fevereiro em Cascavel (PR), e vai focar a divulgação dos seus trabalhos de pesquisa em monitoramento integrado de pragas e doenças das culturas dos citros, da bananeira, do abacaxizeiro e do mamoeiro.

O manejo integrado de pragas e doenças tem como uma das suas bases a determinação do nível de controle e o momento mais adequado para se iniciá-lo, de modo que seja utilizado um menor número de aplicações de produtos químicos. Um monitoramento criterioso permite a adoção de práticas fitossanitárias menos agressivas ao ambiente, com menor impacto na fauna benéfica.

No caso do mamoeiro cultivado na região Extremo Sul da Bahia, por exemplo, experimentos monitorados foram conduzidos pela Embrapa durante três anos. “Os dados de aplicação da metodologia mostraram uma economia no uso de agroquímicos em até 30%, quando comparado ao sistema de pulverizações mediante calendário, comumente utilizado pelos produtores”, afirma Antonio Alberto Rocha Oliveira, fitopatologista e pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

No combate à larva minadora Phillocnistis citrella – a principal praga dos pomares cítricos –, a Embrapa indica o monitoramento e o uso de um kit para monitoramento e controle integrado utilizando o parasitoide Ageniaspis citrícola. “O controle químico da praga mostrou-se inviável em todo o mundo, exceto em viveiros e pomares muito novos, devido ao alto custo e ao desequilíbrio biológico causado pelos defensivos agrícolas. Já o controle biológico demonstrou grande eficiência no combate da praga, com custos reduzidos para o agricultor”, afirma Antonio Nascimento, um dos idealizadores do kit Ageniaspis, que será demonstrado durante a Coopavel.

Variedades resistentes

Já para enfrentar os grandes problemas fitossanitários da bananicultura nacional, o monitoramento integrado utiliza o sistema de pré-aviso biológico para controle das sigatokas amarela e negra, iscas tipo queijo para controle da broca da bananeira e monitoramento mensal com erradicação de plantas sintomáticas para o mal-do-Panamá. O controle genético por meio do uso de variedades resistentes também se constitui em uma das principais estratégias de manejo integrado.

No que se refere ao controle da fusariose do abacaxi, principal praga da cultura, o controle integrado inclui eliminação dos restos culturais, utilização de mudas sadias, monitoramento mensal da incidência da doença durante o desenvolvimento vegetativo, erradicação de plantas infectadas, desenvolvimento da inflorescência sob condições desfavoráveis à incidência da fusariose, aplicação de fungicidas registrados e plantio de variedades resistentes. Igualmente importante é o vírus da murcha associado à cochonilha. Neste caso, mudas infestadas constituem-se nos principais focos de disseminação, a qual se dá por intermédio de formigas transportando as cochonilhas infectadas a partir dos focos para outras plantas nas proximidades. O controle químico, quando recomendado pelo monitoramento, deve ser praticado de maneira localizada.

Quem visitar a Coopavel também vai receber informações sobre o projeto Reniva (“Rede de multiplicação e transferência de manivas-semente de mandioca com qualidade genética e fitossanitária”), uma estratégia para promover efetivo ganho de qualidade e produtividade no sistema de produção da mandioca, ao promover maior sustentabilidade e competitividade para esta cultura e disponibilizar manivas (mudas) em quantidade suficiente e nos períodos de maiores demandas, em função das melhores épocas de plantio. A ideia nasceu a partir do trabalho da equipe de transferência de tecnologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura em uma iniciativa que visa preencher a importante lacuna relacionada à falta de material propagativo de mandioca para o sustento dessa atividade geradora de alimento e renda da agricultura familiar brasileira.