Representante da DuPont é destaque do Prêmio Andef 2012
Depois de realizar um grande seminário para conscientização de produtores de tabaco de Planalto, o SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), empresas associadas e a Escola de Negócios Positivo reuniram 80 profissionais das equipes de campo do sudeste do Paraná e noroeste de Santa Catarina para o Treinamento Crescer Legal - Desafios para uma Consciência Sustentável. Realizado nos dias 27 e 28 de junho, em Verê, o treinamento foi o terceiro de uma série de 12 eventos que até o final de outubro reunirá 1,2 mil orientadores agrícolas, supervisores e avaliadores das empresas associadas ao SindiTabaco e da Afubra em torno do tema trabalho infantil.
O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, abriu o evento falando da importância dos orientadores para a conscientização dos produtores rurais sobre o tema. “Os orientadores são fundamentais no processo de conscientização dos produtores de tabaco sobre o trabalho infantil. Além de protegermos crianças e adolescentes, estamos protegendo o mercado brasileiro de tabaco, devido à exigência dos clientes internacionais por um produto sustentável”, frisou Schünke.
Os aspectos legais e sociais do trabalho infantil, bem como as implicações para a saúde das crianças e adolescentes, foram temas de palestras proferidas por Márcia Ustra Soares, da Organização Internacional do Trabalho, e Carmem Silveira, responsável pelas ações de erradicação do trabalho infantil e proteção do adolescente trabalhador do Ministério da Saúde. Um debate seguiu as palestras, com a participação do representante do SindiTabaco.
Marcia Ustra Soares, da OIT, iniciou sua palestra informando que o trabalho infantil traz algumas questões difíceis: prejudica a saúde das crianças e empobrece o meio rural. De acordo com Márcia, pesquisas apontam que quanto mais prematura a inserção no mercado de trabalho, menor a renda auferida para esta pessoa ao longo da vida. “Quem começa a trabalhar antes dos 14 anos tem baixíssima probabilidade de obter renda mensal superior a mil reais ao longo da vida”, afirma. Para a palestrante, o diálogo faz parte fundamental do processo de conscientização. “Pelo relacionamento estreito que possuem com as famílias, os orientadores podem verificar problemas e auxiliar na solução destes conflitos. O diálogo é sempre necessário, com diferentes abordagens possíveis para o convencimento dos pais. Se o trabalho fosse realmente muito bom, filho de gente rica trabalhava e não estudava. A tendência da produção sustentável é outra forma de sensibilizar o produtor”, argumentou a representante da OIT.
Para Carmen Silveira, a saúde dos filhos é um argumento que normalmente sensibiliza os pais. “Informar os aspectos que podem ser prejudiciais à saúde dos filhos é uma das formas de convencimento sobre a importância de não utilizar mão de obra infantil e de adolescentes. Crianças e adolescentes estão em desenvolvimento físico e psíquico e não estão aptos a iniciarem sua vida laboral. As implicações na saúde são muitas e foram cientificamente comprovadas”, argumentou. “Temos que ter um sentimento de indignação diante de uma criança trabalhadora, pois assim não vamos ficar coniventes com a situação. O Ministério da Saúde conta com o apoio dos orientadores para abraçar esta causa, passar a informação e sensibilizar as famílias sobre o tema”, finalizou.
Na parte da tarde o grupo participou de um momento de integração e um debate sobre o papel do orientador de campo no combate à mão de obra infantil na cultura do tabaco. As atividades foram orientadas pelos professores da Escola de Negócios da Universidade Positivo, de Curitiba, Rubens Fava, Francisco Ferraes e Dâmaris Cristo. A manhã do segundo dia foi voltada para práticas motivacionais e uma nova discussão sobre o papel das organizações, do produtor, do orientador e da sociedade no combate ao trabalho infantil na cultura do tabaco. Na parte da tarde, o grupo estudou os princípios da sustentabilidade, estudos de caso sobre o impacto da mão de obra infantil na cultura do tabaco. As atividades foram encerradas com a discussão do compromisso dos orientadores sobre o tema.
Seguindo recomendações da OIT, o Brasil regulamentou por meio do decreto 6481/2008 duas convenções internacionais, colocando o tabaco na lista de formas de trabalho proibidas para menores de 18 anos.
O Treinamento Crescer Legal - Desafios para uma Consciência Sustentável, faz parte do programa Crescer Legal, ação conjunta entre o SindiTabaco, empresas associadas e Afubra, que tem o objetivo de prevenir e combater o trabalho de crianças e adolescentes na cultura do tabaco, por meio da qualificação de orientadores. Os treinamentos continuam em julho e vão até outubro, contemplando todas as áreas de atuação dos orientadores das empresas associadas.
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