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Pesquisadores da Estação Experimental da Epagri em Itajaí avançam no desenvolvimento de um bioinsumo para controle do percevejo-do-grão (Oebalus poecilus) nas lavouras de arroz irrigado em Santa Catarina. Beauveria spp. mostrou potencial para diminuir custos, melhorar a qualidade do grão e reduzir o risco de contaminação de água e solo.
O percevejo do grão representa a principal praga da cultura no estado. A descoberta do fungo ocorreu quando o entomologista Eduardo Hickel observou insetos mortos cobertos por microrganismos durante a entressafra, nos meses frios. Ele coletou os insetos infectados e iniciou a avaliação do potencial de controle biológico.
O agrônomo Alexandre Visconti identificou o fungo, fez a multiplicação do microrganismo e realizou testes de compatibilidade com pesticidas usados na fase de enchimento de grãos. As análises verificaram mortalidade, capacidade de reprodução, adaptabilidade a processos industriais e viabilidade de integração com defensivos químicos.
O pesquisador Marcos Lima Campos do Vale formalizou o projeto junto a cooperativas e indústria e conduziu testes de campo. A validação final do produto está prevista para a safra 2025/26, em propriedade rural.
O uso do bioinsumo pode reduzir aplicações de inseticidas. Em 2026, a pesquisa deve testar o método autoinoculativo, no qual insetos contaminados no laboratório são liberados na lavoura para transmitir o fungo a outros percevejos. Também estão previstos estudos com feromônios para ampliar a eficácia.
O produto tem potencial para ser usado em outros estados e países do Mercosul que cultivam arroz irrigado. No Brasil, o Rio Grande do Sul planta um milhão de hectares. O Uruguai cultiva 180 mil hectares e Argentina e Paraguai, 200 mil hectares cada. Em Santa Catarina, segundo o Observatório Agro Catarinense, há 145.294 hectares de arroz irrigado, distribuídos em cinco mil propriedades, concentradas no Sul do estado.
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