Emater apoia produtores gaúchos de morangos para controle da mosca suzuki

As estratégias variam de intensificar a colheita, evitando deixar frutos maduros na horta, a coletar e eliminar morangos imprestáveis não os deixando caídos no solo ou próximo do local

26.08.2020 | 20:59 (UTC -3)
Tiago Bald

Foi em 2014 que os fruticultores gaúchos foram surpreendidos pela Drosophila suzukii, ou simplesmente suzuki, uma praga que chegou a comprometer cerca de 60% da produção de morango naquele ano. Na época o desconhecimento e a falta de um inseticida registrado no Brasil resultou neste cenário catastrófico: os frutos eram colhidos com uma aparência de sanidade mas, até chegar a feira para a comercialização, pareciam estar podres.

Foi um trabalho de monitoramento iniciado, à época, pela Embrapa e repassado aos agricultores pela Emater/RS-Ascar que começou a modificar o cenário dos pomares do Rio Grande do Sul. "O objetivo foi o de estudar o seu ciclo de vida, os seus hábitos para a partir de então estabelecer as melhores alternativas para o controle", explica o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Lauro Bernardi.

As estratégias variam de intensificar a colheita, evitando deixar frutos maduros na horta, a coletar e eliminar morangos imprestáveis não os deixando caídos no solo ou próximo do local. "Outra forma de controle é o uso de armadilhas atrativas em garrafas perfuradas, com uma mistura de fermento biológico, açúcar e água, que deve ser fermentado durante cerca de seis dias", observa o agrônomo, citando a pesquisa desenvolvida pela Embrapa.

Difícil de ser identificado, o inseto possui alto potencial de expansão, depositando os ovos nas frutas que estão próximas do período de maturação e sem deixar danos aparentes. "Dessa forma as frutas são colhidas, embaladas e transportadas com um grande risco de já estarem inutilizadas", observa o pesquisador da Estação Experimental de Fruticultura da Embrapa Uva e Vinho, Régis Silva dos Santos, que estudou os hábitos e o comportamento da Suzuki.

O monitoramento também prevê outras estratégias, como o cultivo protegido, já que a temperatura é um dos fatores que podem ser determinantes para a expansão da praga. Em Lajeado, a agricultora Bedris Franz, de São Bento, adota o controle desde o ano de 2018, quando iniciou a produção com quatro estufas de morangos. Na época, a fruticultora participou do Curso de Produção de Morango em Substrato do Centro de Treinamento de Agricultores de Teutônia (Certa).

"Assim, quando iniciamos, já tínhamos as noções a respeito da importância desse tipo de controle e já adotamos de saída a isca atrativa como alternativa, o que reduziu as perdas", observa a produtora. Já o casal de agricultores Elmo e Elira Hammes, do bairro Imigrante, teve de enfrentar o problema da suzuki ainda em 2014, já que cultivam morangos há muitos anos. "Na época eles chegaram a ter perdas próximas de 80% da safra, antes da adoção das medidas de controle", salienta a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Andréia Binz Tonin.

Outros municípios também realizam o monitoramento com o apoio da Extensão Rural. Dúvidas podem ser tiradas com os técnicos da Emater/RS-Ascar, que atua de forma vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado. 

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