Em março, exportação de café do Brasil recua em volume, mas sobe em receita

País remeteu 3,287 milhões de sacas ao exterior no terceiro mês de 2025, obtendo receita cambial de US$ 1,321 bilhão

09.04.2025 | 18:04 (UTC -3)

De acordo com o relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país exportou um total de 3,287 milhões de sacas de 60 kg do produto em março de 2025, volume que implica queda de 24,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. A receita cambial, por sua vez, apresentou um crescimento de 41,8% no mesmo intervalo comparativo e chegou a US$ 1,321 bilhão.

Com o desempenho no mês passado, o Brasil acumula embarques de 36,885 milhões de sacas nos nove meses da safra 2024/25, recebendo um recorde de US$ 11,095 bilhões em divisas para esse intervalo. Em relação ao período de julho de 2023 a março de 2024, há evolução de 5% em volume e 58,2% em receita.

Ano civil

No primeiro trimestre de 2025, o Brasil exportou 10,707 milhões de sacas de café, montante 11,3% inferior ao apurado entre janeiro e março do ano passado. Já a receita cambial apresenta incremento de 54,3% no intervalo, saltando para US$ 3,887 bilhões.

"É compreensível a redução no volume de embarques após sairmos de um ano recorde em 2024 e de três safras que não alcançaram seu potencial produtivo total. Além disso, persistem os gargalos logísticos nos portos do país, que impactam o desempenho das remessas ao exterior e oneram ainda mais o processo aos exportadores", explica Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.

Por outro lado, conforme ele, a evolução da receita cambial reflete as cotações elevadas no mercado internacional, cenário que, porém, pode apresentar certa alteração futura devido à sinalização de novas políticas comerciais e de conflitos econômicos entre as principais economias globais.

"As bolsas de futuros vêm registrando preços altos há meses em função da diminuição da oferta global, por conta de extremos climáticos, os quais afetaram a produtividade nos cafezais de importantes produtores nos últimos anos, como Brasil, Vietnã e Indonésia. Contudo, podemos observar um esfriamento do mercado devido às incertezas causadas pelo tarifaço apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impactou todas as economias e tem feito os mercados derreterem, inclusive o de café", analisa.

Principais destinos

Os Estados Unidos foram o principal destino dos cafés do Brasil no primeiro trimestre de 2025, com a importação de 1,806 milhão de sacas, o que equivale a 16,9% do total, apesar de representar uma queda de 11,7% na comparação com o período entre janeiro e o fim de março de 2024.

A Alemanha, com 13,1% de representatividade, adquiriu 1,403 milhão de sacas (-19,3%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vieram Itália, com a importação de 800.318 sacas (-15,8%); Japão, com 675.192 sacas (+10,1%); e Bélgica, com 500.300 sacas (-60,9%).

Tipos de café

No primeiro trimestre deste ano, o café arábica foi a espécie mais exportada pelo Brasil, com o envio de 9,012 milhões de sacas ao exterior. Esse montante equivale a 84,2% do total, mesmo implicando leve queda de 2,7% frente a idêntico intervalo em 2024.

Na sequência, com o equivalente a 977.605 sacas remetidas para fora do país, apareceu o segmento do café solúvel, que registrou uma alta de 7,9% na comparação com os três primeiros meses do ano passado. Esse tipo de produto respondeu por 9,1% das exportações totais no período atual.

Os cafés canéforas (conilon + robusta), com 703.168 sacas – recuo de 62,8% e 6,6% do total –, e o produto torrado e torrado e moído, com 13.894 sacas (+46,1% e 0,1% de representatividade), completaram a lista.

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