Doenças radiculares são destaque no V CBSoja

21.05.2009 | 20:59 (UTC -3)

O mofo branco, a podridão radicular de fitóftora e o nematóide das lesões radiculares foram tema do painel sobre “Manejo de doenças radiculares”, que abordou os impactos econômicos e as formas de controle dessas doenças quinta-feira (21/05), durante o V Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2009.

De acordo com Luiz Henrique Carregal, pesquisador da Universidade de Rio Verde (FESURV), atualmente o mofo branco está disseminado no sudoeste goiano, oeste da Bahia, triângulo mineiro, Paraná e Mato Grosso do Sul. A doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum pode chegar às lavoras de soja principalmente através de sementes ou implementos agrícolas infectados. O fungo também pode ser disseminado pelo vento. Alta umidade do ar e temperaturas amenas favorecem o desenvolvimento da doença. De acordo com Carregal, as perdas são variáveis em função da incidência e da severidade da doença em cada área, mas pesquisas apontam que as perdas podem chegar a 40%.

O mofo branco tem difícil erradicação devido à sua ampla gama de hospedeiros e a longa sobrevivência do fungo no solo. Há apenas um produto químico registrado para o controle da doença, por isso recomenda-se outras técnicas de manejo. “O produtor deve utilizar sementes certificadas e de qualidade; realizar tratamento de sementes com fungicidas; aumentar o espaçamento e reduzir a população de plantas; realizar plantio direto e controle químico e rotação de culturas com espécies não hospedeiras”, explica Luiz Carregal.

Podridão radicular de fitóftora - A pesquisadora da Embrapa Trigo, Leila Costamilan, explica que a podridão radicular de fitóftora pode atacar a soja em qualquer fase de desenvolvimento da cultura. “O principal prejuízo causado pela doença é a morte de plantas na germinação, pois nesses casos é preciso fazer o replantio da lavoura”, ressalta. De acordo com a pesquisadora, na safra 2005/06, houve um surto generalizado da doença, mas as cultivares foram trocadas por materiais mais resistentes e a situação deixou de ser tão preocupante. Mas, na safra 2008/09, o Paraná voltou a ter perdas com a doença, inclusive com necessidade de replantio.

Segundo Leila Costamilan, o que favorece o aparecimento da doença é a ocorrência de períodos de chuva. “Nos locais onde a água da chuva não é drenada, como em áreas com solo compactado e em baixadas, a situação é ainda mais favorável para o aparecimento da doença”, esclarece.

No Brasil, há casos registrados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Segundo ela, no período de 1996 a 1998, em todo o mundo, a doença causou perdas de 12 milhões de toneladas de grãos.

No Brasil, as cultivares resistentes a podridão radicular de fitóftora começaram a ser desenvolvidas a partir de 2005. “Além de cultivares resistentes, o tratamento de sementes também pode auxiliar no controle da doença. Somente o emprego de técnicas de manejo não é suficiente para conter o seu avanço”, explica Costamilan.

Nematóides – Outro problema enfrentado por produtores de soja brasileiros, principalmente nos estados do Centro-Oeste, é o nematóide das lesões radiculares, o

, que nas últimas safras tem causado enormes prejuízos à cultura da soja. De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Waldir Pereira Dias, que vai participar do painel, mudanças no sistema de produção, como a intensificação do uso da terra e a incorporação de áreas com solos de textura arenosa, aumentaram a vulnerabilidade da cultura ao nematóide.

As lavouras afetadas pelo nematóide apresentam reboleiras, onde as plantas de soja exibem porte reduzido e um intenso escurecimento de raízes, sobretudo da raiz principal. O controle do nematóide pode ser feito por rotação de culturas e com a utilização da resistência genética. “Como cultivares de soja com alto nível de resistência ainda não estão disponíveis, a técnica mais indicada atualmente é a rotação de culturas, alternando-se cultivos de soja com outras culturas de verão e principalmente de inverno que sejam resistentes ao nematóide”, explica Waldir Pereira Dias.

Mariana Fabre

Embrapa Soja

(43) 3371-6078 / (62) 3219-3450 /

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