Bayer CropScience lança Belt e inaugura uma nova classe de inseticidas
O algodão Bollgard II (MON 15985), segunda geração do algodão Bollgard, da Monsanto, foi aprovado nesta quinta-feira (21/05) pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
De acordo com a empresa, a nova tecnologia confere proteção a algumas das principais pragas do algodoeiro – curuquerê do algodoeiro (
), lagarta-das-maçãs (
), lagarta rosada (
) e lagarta do cartucho ou lagarta militar (
) -, o que foi possível com a inserção de uma segunda proteína inseticida oriunda do Bt (
) na planta de Bollgard®. O Bt é uma bactéria encontrada naturalmente no solo e que, por sua ação inseticida, é utilizada na agricultura orgânica há décadas.
O algodoeiro é intensamente afetado por insetos-pragas, principalmente lagartas, que causam danos às plantas e um significativo impacto na produtividade das lavouras. Para o controle dessas pragas, são utilizados inseticidas químicos em pulverizações sobre a cultura. Por contar com a expressão de duas proteínas de Bt (Cry1Ac e Cry2Ab2), o algodão Bollgard® II representa para o cotonicultor uma nova opção para o Manejo da Resistência de Insetos (MRI), possibilitando uma diminuição do número de aplicações de inseticidas, o que torna a cotonicultura mais sustentável, com melhor produtividade e, ao mesmo tempo, conservando mais os recursos naturais.
Ensaios de campo conduzidos no Brasil pelo Departamento Técnico da Monsanto e aprovados pela CTNBio mostraram que, em média, na lavoura de algodão Bollgard® II são feitas 2 aplicações de inseticidas a menos do que no Bollgard® e 4 a menos do que no algodão convencional.
Menor uso de inseticidas significa menor quantidade de embalagens descartadas, menor uso de maquinário e, consequentemente, menor queima de combustível fóssil. Outro fator importante é o potencial para a preservação de populações de insetos benéficos nas lavouras de algodão Bollgard® II em comparação às lavouras de algodão convencional, uma vez que esses insetos benéficos não são alvos das proteínas Bt e se beneficiam, portanto, de um ambiente agrícola com menor aplicação de inseticidas, destaca a empresa.
A redução do uso de inseticidas químicos nas lavouras de algodão Bollgard® II reflete também nos custos de produção, com economia e aumento da rentabilidade, e também possibilitando a redução dos níveis de intoxicação de agricultores, o que beneficia especialmente os pequenos produtores.
O algodão Bollgard® II já é plantado nos Estados Unidos, Austrália e Índia, tendo seu cultivo comercial aprovado no Brasil pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em 21 de maio de 2009. No País, o algodão Bollgard® é cultivado desde 2005 e ocupou uma área de 90 mil hectares na safra 2008/2009. O algodão Roundup Ready®, tolerante ao herbicida glifosato, foi aprovado pela CTNBio para plantio comercial em setembro de 2008.
Os próximos passos antes da comercialização da nova tecnologia são o registro das variedades de algodão no Ministério da Agricultura e a multiplicação das sementes. A Monsanto espera que o cotonicultor brasileiro já possa desfrutar dos benefícios desta nova tecnologia a partir de 2010.
Experimentos conduzidos pela Monsanto com o algodão Bollgard® II em estações de pesquisa no Sudeste e Centro-Oeste do País apontam elevados níveis de controle do curuquerê do algodoeiro (
), lagarta das maçãs (
) e lagarta rosada (
), de forma significativamente superior, quando comparado ao sistema de controle através de inseticidas químicos sobre cultivares convencionais, segundo a empresa, além da supressão da lagarta do cartucho ou lagarta militar (
), conforme apresentado no XXII Congresso Brasileiro de Entomologia, ocorrido em agosto de 2008, em Uberlândia (MG). "Em nenhum momento, as populações de lepidópteros atingiram o nível que precisasse de controle no algodão Bollgard® II e pulverizações de inseticidas químicos para a complementação do seu controle mostraram-se desnecessárias", explica Fabiano Ferreira, gerente de Biotecnologia em Algodão da Monsanto.
A eficácia de controle de lepidópteros pelo algodão Bollgard® II foi comparada com sistema padrão de pulverização de inseticidas químicos sobre o algodão convencional. A flutuação populacional dos insetos que infestaram as parcelas dos experimentos, assim como a extensão dos danos causados às estruturas vegetativas e reprodutivas das plantas, foram avaliadas periodicamente, durante todo o ciclo da cultura. O algodão Bollgard® II ou convencional foram monitorados, pulverizados e avaliados separadamente. Foram realizadas pulverizações com inseticidas químicos sempre que a população de insetos de uma espécie de aproximava do nível de dano econômico, conforme as práticas do manejo integrado de pragas.
Fonte: CDI (11) 3817-7925
"Agora nosso algodão decola!". Assim o coordenador do Projeto Retomada do Algodão, José Tibúrcio de Carvalho, festejou, ao som de um forró, a liberação pela CTNBio, esta manhã, da segunda geração do algodão transgênico Bt no país. "Finalmente teremos culturas praticamente livres de pragas", completou o técnico agrícola, que também é diretor da regional norte da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA).
"Os pequenos agricultores familiares do Norte de Minas Gerais serão certamente os maiores beneficiados", afirma Tibúrcio. Segundo ele, o controle de pragas é ainda mais importante para esses pequenos cotonicultores que utilizam algodão de ciclo curto (cerca de 100 dias). "Enquanto o algodão atual resiste a três tipos de lagartas, o que foi aprovado hoje resiste a praticamente todas as lagartas".
Se o primeiro algodão transgênico já recuperou a economia da região de Catuti e melhorou a qualidade de vida de dezenas de famílias, o segundo reduzirá ainda mais o número de aplicações de inseticidas e aumentará ainda mais a produtividade. "Antes do projeto, usávamos de 15 a 20 aplicações sobre o algodão convencional. Atualmente, com o Bt 1, são 7 aplicações, e esse número cairá para de 3 a 4 aplicações com a nova variedade", analisou.
"A saúde dos agricultores tem melhorado, já que não há necessidade de aplicar tanto inseticida", afirmou Tibúrcio. "Além disso, o produtor gasta menos e pode produzir mais". A economia gerada pela redução no uso desses inseticidas, aliada ao ganho de produtividade que a nova tecnologia permite, refletirá em aumento da renda para os produtores locais.
A adoção do algodão transgênico resistente a insetos pelo Projeto Retomada do Algodão, na região de Catuti, MG, recuperou a agricultura da região em menos de três anos. Antes do projeto, a matéria-prima era vendida na região a R$ 11 a arroba. Hoje, negociado diretamente com a indústria têxtil da região, vale cerca de R$ 25 a arroba. Além de propiciar um ciclo mais curto, que dura menos da metade do tempo do ciclo do algodão de outras regiões do país (entre 230 e 250 dias), a tecnologia também garantiu um salto na produtividade: passou de 40 arrobas por hectare, em 2006, para 230 arrobas por hectare, na última safra.
Fonte: Barcelona Soluções Corporativas - (11) 3034-3639
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