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Coleópteros do gênero Agriotes são uma das principais ameaças à bataticultura europeia. Estudo realizado por instituições italianas aponta uma alternativa promissora: a crotalária (Crotalaria juncea) usada como planta de cobertura.
Nos ensaios, o cultivo da leguminosa antes da batata reduziu em até 70% o número de erosões graves causadas por larvas do gênero Agriotes. Os testes ocorreram em campo aberto, sob condições naturais, e em vasos com infestação controlada. Em todos os casos, o uso da crotalária se mostrou eficaz, mesmo sem causar mortalidade direta das larvas.
A eficácia está ligada à presença de alcaloides pirrolizidínicos, compostos com atividade biológica conhecidos por afetar a alimentação de pragas do solo. A variedade Madras, utilizada no experimento, apresentou altos teores de trichodesmina, principal alcaloide encontrado, sobretudo nas raízes. Ainda assim, a concentração desses compostos mostrou grande variação entre plantas.
Em campo, os pesquisadores compararam talhões com e sem o cultivo anterior de crotalária, associados ou não ao uso de inseticidas. Nos talhões com crotalária, mesmo sem aplicação química, a incidência de danos graves caiu de 85% para menos de 60% em 2020. Quando combinada com inseticidas, a redução foi ainda maior, chegando a 14% dos tubérculos afetados.
Em vasos, o solo enriquecido com biomassa picada de crotalária mostrou menor número de erosões em tubérculos da variedade Monalisa. Os resultados superaram inclusive os obtidos com aplicação do fungo entomopatogênico Metarhizium brunneum.
Além da proteção à batata, a crotalária contribui com ganho agronômico. O acúmulo de biomassa superou 50 toneladas por hectare de massa fresca, com quase 15 toneladas de matéria seca e aporte de 350 quilos de nitrogênio. A planta também favorece a biodiversidade do solo, sem riscos de tornar-se invasora, já que não floresce em regiões de latitude elevada.
Mais informações em doi.org/10.3390/insects16070674
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