RS Safra 2024/25: excesso de chuva atrasa culturas de inverno

Trigo, aveia e canola enfrentam dificuldades no início do ciclo; milho e feijão também sofrem com o clima

26.06.2025 | 17:22 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Adriane Bertoglio Rodrigues
Foto: Leandro Felipin
Foto: Leandro Felipin

Precipitações frequentes e em grande volume seguem prejudicando a semeadura das culturas de inverno no Rio Grande do Sul, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS, divulgado nesta quinta-feira (26/6). O plantio do trigo, principal cultura da estação, avançou apenas 2% na semana e atinge 39% da área estimada de 1,19 milhão de hectares.

Nas lavouras já implantadas, os principais danos foram causados por erosão, encharcamento e compactação superficial, comprometendo fases iniciais como germinação e emergência. Em regiões de relevo mais baixo ou com solos arenosos, será necessário replantio. Na Fronteira Oeste, lavouras de Manoel Viana foram severamente afetadas, com perdas de sementes, plântulas e fertilizantes.

Outras culturas de inverno também enfrentam dificuldades. A semeadura da aveia-branca foi prejudicada, e apesar do bom desenvolvimento inicial, lavouras apresentam folhas com coloração verde-pálida devido à baixa luminosidade. A Emater/RS estima 401,2 mil hectares cultivados, com produtividade de 2.254 kg/ha.

Na canola, a semeadura foi interrompida pelas chuvas, que afetaram a emergência das plantas. Apesar disso, boa parte das lavouras já está em fase vegetativa ou em início de floração. A previsão é de 203,2 mil hectares e produtividade de 1.737 kg/ha - aumentos de 37% e 22%, respectivamente, em relação à safra anterior.

A cevada foi a menos impactada: a semeadura foi suspensa temporariamente, mas lavouras estabelecidas se desenvolvem bem. A maior parte da área está no norte do Estado, onde os volumes de chuva foram menores. A expectativa é de 27,3 mil hectares plantados e produtividade de 3.198 kg/ha.

Culturas de verão

A colheita da soja foi finalizada, com produção estimada em 13,25 milhões de toneladas, área de 6,77 milhões de hectares e produtividade média de 1.957 kg/ha. Já a colheita do milho segue interrompida pelas chuvas, que aumentam a incidência de grãos ardidos e contaminados por fungos, especialmente em áreas de minifúndio, onde o trabalho é manual.

O feijão 2ª safra também sofreu prejuízos: cerca de 2% das lavouras não foram colhidas e já apresentam germinação nas vagens, o que compromete a qualidade dos grãos e inviabiliza a colheita em diversas áreas.

Pastagens e apicultura

As chuvas e as temperaturas baixas estimularam o crescimento de forrageiras cultivadas, mas a falta de sol dificultou o pastejo e provocou apodrecimento das folhas baixeiras. O avanço da semeadura de cereais para silagem é uma estratégia usada para garantir alimentação ao rebanho. O frio e o solo encharcado reduziram o crescimento das pastagens nativas, mas elas seguem sendo utilizadas para poupar áreas cultivadas.

Na apicultura, as condições climáticas adversas reduziram a atividade das abelhas, a produção de mel e a população dos enxames. Em diversas regiões, produtores adotaram medidas como unificação de colmeias, controle térmico e suplementação alimentar. Em Santa Maria e Pelotas, as enchentes e o frio causaram perdas de colmeias e atrasos na colheita de mel.

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