Cooperação técnica entre Embrapa e Cabi inicia projeto piloto em Mato Grosso

09.08.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

Um grupo técnico formado por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) começou a ser capacitado para instruir agentes de assistência técnica e extensionistas sobre a diagnose de doenças e pragas na olericultura. A atividade realizada entre segunda à quarta desta semana na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), marcou o início da implantação de um projeto piloto por meio da parceria de cooperação técnica firmada entre a Embrapa e a organização internacional Cabi.

A iniciativa faz parte do projeto internacional Plantwise que busca garantir a segurança alimentar e a redução das perdas da agricultura, com foco nos pequenos agricultores. Para isso, é feito um trabalho de transferência de tecnologia por meio da capacitação de técnicos e extensionistas que levam o conhecimento até os produtores.

“Todo dia é gerada uma quantidade enorme de informações tecnológicas por meio de pesquisas e trabalhos acadêmicos e pouco disso chega ao campo. Então, o desafio é fazer com que a tecnologia agrícola chegue ao campo, fazendo a transferência e adaptação, trabalhando especificamente com os pequenos produtores”, explica a representante regional do Cabi para a América do Sul, Yelitza Colmenarez.

Projeto piloto

Mato Grosso foi escolhido para ter o projeto piloto no Brasil devido ao estado já ter uma estrutura de Capacitação Continuada de Técnicos estabelecida. A opção pela cadeia produtiva da olericultura foi em função do impacto que pode gerar para os agricultores.

“Atualmente temos 70 técnicos participando da Capacitação Continuada da Cadeia da Olericultura. Vamos selecionar 25 deles para treiná-los dentro deste projeto”, explica o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Flávio Fernandes Jr.

A capacitação destes técnicos será feita pelo grupo técnico, instruído nesta semana, e pelos profissionais da Cabi. Após o treinamento estes profissionais farão parte da rede local de diagnóstico, com clínicas de suporte aos produtores. Como auxílio, eles contarão com a rede local de laboratórios, que em Mato Grosso é formado pela Unemat e UFMT. Os problemas que não puderem ser resolvidos nas redes locais, serão enviados para a rede nacional, composta por instituições como USP, Unesp e Embrapa. Caso não seja possível fazer a identificação nacionalmente, há ainda a possibilidade da utilização da rede internacional de laboratórios e especialistas.

De acordo com a representante regional do Cabi para América do Sul, o foco do Plantwise vai além da fitossanidade.

“Queremos incluir tudo aquilo que é limitante, como por exemplo, boas práticas agrícolas e manejo integrado de culturas. Tudo aquilo que pode limitar a produção de uma cultura no campo”, explica Colmenarez.

Depois de documentados os primeiros resultados do projeto em Mato Grosso, a iniciativa deve ser replicada em outras regiões brasileiras e também em outras cadeias produtivas, como a da fruticultura, por exemplo.

“Trabalhamos muito na parte de documentação. Vemos que existem muitos programas implantados e a parte de documentação de fato é inexistente. Assim, você não tem como avaliar o que foi feito antes. Então este programa quer fazer diferença no sentido de documentar o marco zero para vermos quais são as dificuldades e facilidades que temos em cada região. Assim fica muito mais fácil de transferir para outras regiões”, afirma Yelitza Colmenarez .

Cooperação técnica

Cabi é uma organização internacional sem fins lucrativos que atua em dezenas de países no mundo, desenvolvendo e fomentando atividades de pesquisa e de transferência de tecnologia na agricultura. Recentemente firmou um convênio de cooperação técnica com a Embrapa para atuação conjunta no Brasil.

“A ideia é através da Embrapa e da tecnologia gerada na instituição, a gente poder transferir e avaliar o processo de adoção desta tecnologia pelos pequenos agricultores”, afirma Yelitza Colmenarez.

Além do projeto piloto na área de transferência de tecnologia para a cadeia da olericultura em Mato Grosso, a organização já atua em conjunto com a Embrapa em pesquisas sobre biopesticidas e sobre o ácaro vermelho das palmeiras.

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