Controlada praga encontrada em videiras de SP

Todas as plantas com sintomas do cancro da videira detectadas em São Paulo foram eliminadas. A praga, também conhecida como bacteriose da videira (Xanthomonas campestris pv.viticola) foi encontrada, em agosto, no município de Tupi Paulista.

A praga apareceu em uma propriedade de 20 hectares, que distribuía ramas de parreira para a formação de uvas na região.

Os fiscais fitossanitários da Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo (CDA/SP), com a supervisão técnica do Ministério da Agricultura, estão realizando um levantamento das propriedades que receberam material da fazenda contaminada. A inspeção teve início na região onde o cancro da videira foi detectado, que compreende 80 propriedades. Durante as fiscalizações, os técnicos verificam o cumprimento de medidas para sanar o problema (desinfecção de máquinas e ferramentas, cuidado na aquisição de mudas sadias, realização de vistorias frequentes no pomar e destruição dos restos de poda), conforme determina a Instrução Normativa nº 09/2006.

Todas as regiões produtoras de uva de São Paulo também serão monitoradas para verificar a situação da praga. Viveiros de mudas estão ainda no foco dos fiscais e todo material suspeito de contaminação pela praga é encaminhado para análise em laboratório oficial.

Disseminação - Após atingir uma região de cultivo, o cancro da videira pode ser disseminado de diversas formas. Uma delas é por meio de respingos de água da chuva ou irrigação. A contaminação também pode ocorrer por mudas com a bactéria ou por ferramentas, não desinfetadas, utilizadas na colheita de frutos de plantas infectadas. Máquinas e implementos agrícolas utilizados no manejo, como grades, roçadeiras e pulverizadores de barra também podem levar a praga para dentro do pomar.

Videiras mais vulneráveis – A variedade Red Globe (cultivada no Vale do São Francisco) e algumas sem sementes, principalmente as originárias da variedade Thompson Seedless, são as mais vulneráveis à praga. Alguns focos do cancro da videira também já foram identificados em outros cultivares como Itália, Festival, Benitaka e Superior, com variado grau de incidência. Nos tipos suscetíveis, o principal prejuízo é a redução da produção. As plantas infectadas produzem cachos com sintomas de cancro no engaço (que murcha ou apodrece as bagas), o que inutiliza os frutos para a comercialização.

Leilane Alves

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