Belo Horizonte recebe XVI Congresso Brasileiro de Agrometeorologia
Em visita à India, nos Estados de Maharshatra (cidades de Mumbai e Pune) e Goa, pesquisadores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo iniciaram trabalhos de cooperação entre os dois países para as áreas de frutas, cana-de-açúcar e mecanização.
Entre os dias 5 e 11 de setembro, eles estiveram em áreas de plantio, centros de pesquisa e associações de produtores rurais. O ponto alto da viagem foi o Seminário Brasil-Índia, organizado pelo Consulado do Brasil em Mumbai, com a participação da missão formada por representantes brasileiros e cerca de 130 empresários indianos.
O responsável pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Orlando Melo de Castro, que coordena os institutos de pesquisa da Secretaria, e o pesquisador Marcos Landell, diretor do Centro de Cana, declararam que o potencial de cooperação técnica entre Brasil e Índia é enorme em áreas estratégicas de agregação de valor aos produtos.
Na região de Pune, maior produtora de cana, Landell pôde comprovar que as variedades cultivadas ficam muito aquém tanto na diversidade quanto na produtividade. "Podemos desenvolver projetos em conjunto em experimentos e a indústria de equipamentos brasileira tem um mercado potencial", afirma.
O coordenador da Apta observa que há oportunidades de crescimento também para máquinas agrícolas. "Visitamos áreas em que o trabalho no campo é feito predominamente por tração animal. É curioso que um país avançado tecnologicamente em outros setores, na agricultura ainda não se utilize da mecanização".
Entre os temas que devem ser tratados entre as instituições de pesquisa dos dois países estão processamento de frutas, principalmente o melhor aproveitamento do caju (que hoje tem sua polpa desprezada pelos indianos) por meio das pesquisas do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) sobre o assunto, troca de informações e materiais fitoterápicos para uso veterinário com o Instituto Biológico (IB) e também de cana-de-açúcar com o Instituto Agronômico (IAC) , especialmente na permuta de germoplasma, considerando que a Índia é centro de origem do gênero Sacharum. Na sequência, as instituições intensificam troca de informações para futuros protocolos de cooperação técnica.
Para Castro, o Brasil também pode ocupar um espaço importante no mercado indiano, devido ao grande consumo vindo de uma população de aproximadamente 1,2 bilhão de habitantes. "Frutas de clima temperado, por exemplo, eles importam bastante da Nova Zelândia. Produzem citros para consumo interno, mas também importam. A pecuária é toda focada em leite e tração animal. A balança comercial do Brasil é muito baixa em relação à Índia e favorável a ela. Podemos avançar bastante com essa troca de experiências", avaliou.
Euzi Dognani/Adriana Rota/Nara Guimarães
Assessoria de Comunicação da Secretaria
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