Congresso brasileiro de algodão encerra batendo recordes

04.09.2015 | 20:59 (UTC -3)
Marília Moreira

A 10ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão chegou ao fim nesta sexta-feira, 05, em Foz do Iguaçu, após quatro dias de uma intensa programação focada na qualidade, nos diversos processos envolvidos para que o resultado final da produção algodoeira seja excelente e no combate ao bicudo. Além de minicursos, mesas-redondas e plenárias com conteúdo de altíssimo nível, o evento bateu alguns recordes que foram comemorados pelo presidente da Associação Brasileira do Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen.

“Fechamos este Congresso com números recordes em relação a todas as edições anteriores, tanto no número de participantes como também no de expositores”, anunciou Jacobsen. Embora os números oficiais ainda não estejam fechados, a presença de delegações estrangeiras também mereceu ser ressaltada, com grupos vindos dos Estados Unidos, de países da África e da América Latina.

Jacobsen fez questão de destacar a organização do Congresso e o conteúdo abordado ao longo de quase uma semana. “Conseguimos transmitir a mensagem a todos, abrangendo desde o ciclo da planta à colheita, da gestão da propriedade a todos os desafios que o produtor enfrenta em relação a tudo isso. Queremos que o produtor tenha sucesso na lavoura e também na gestão do caixa, especialmente com o comportamento de câmbio que vemos nesse momento”, disse.

O dirigente salientou ainda a importância da equipe de 850 pessoas que trabalharam ao longo de todos os dias nos mais diversos setores. “Sem esse comprometimento não teríamos atingido tamanho sucesso”, explicou, lembrando que esteve à frente também da 5ª edição do CBA, realizada na Bahia. “É uma alegria imensa, uma realização pessoal poder trazer esse volume de informações para as pessoas”, finalizou.

O próximo CBA acontecerá em 2017 em local ainda a ser definido. À frente de sua realização estará o novo presidente da entidade naquele ano, o atual vice Arlindo Moura.

Para repercutir o resultado deste 10º CBA, foram ouvidos presidentes de algumas das associações estaduais, a exemplo de Almir Montecelli, presidente da Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), entidade anfitriã deste congresso. Ele disse estar muito satisfeito com o resultado do Congresso. “Participei ativamente da organização, escolhendo os temas e depois escolhendo as pessoas para falar a respeito. Sempre ficamos na expectativa que as pessoas tenham gostado e que os temas tenham sido a contento”, declarou. O Paraná planta cerca de 1 milhão de hectares. Montecelli explica que a atividade deve crescer à medida que produtores conheçam o sistema Lavoura-Pecuária, realizado pelo IAPAR. Esse sistema prevê o plantio de algodão em cima de pastagem.

Para Gustavo Piccoli, da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), maior estado produtor, o evento foi um sucesso de público e contou com uma programação científica adequada aos interesses dos congressistas, com foco no combate ao bicudo e outras questões cruciais para o futuro da cotonicultura no Mato Grosso e no Brasil. Na safra 2015/2016, os produtores associados à Ampa deverão ampliar ligeiramente a área de plantio, que foi de 564 mil hectares na safra corrente, em torno de 5%. A decisão dependerá do clima, uma vez que 75% do plantio no estado é de segunda safra.

Já o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Celso Zanella, destacou que “o tema mais importante do congresso para os produtores da Bahia foi a qualidade do algodão, uma preocupação constante de nossos produtores, já que a região conta com uma vantagem climática frente a outros estados. Outro ponto importante foi o combate de pragas, no qual temos conseguido resultados muito significativos”. Este ano, dados da entidade indicam o plantio de 276 mil hectares com produtividade de 4.020 quilos por hectare. A área deverá ser menor em função da dificuldade com crédito.

Na avaliação de Luiz Renato Zapparoli, presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), o tema da qualidade nesta edição foi uma escolha muito pertinente. “O congresso foi um sucesso e com discussões importantes para o setor”. O maior problema no estado, segundo ele, é o aumento do custo em decorrência do bicudo. “Tivemos que repaginar nosso planejamento e temos tido sucesso”. A estratégia adotada, de focar aplicações de agroquímicos na praga, substituindo a aplicação geral, aumentou os gastos, mas a eficiência foi maior. “Isso reduz o custo ao longo prazo porque os gastos diminuem”, explica.

Os bons resultados do CBA foram celebrados por Isabel Cunha, presidente da mais nova entidade estadual - e a décima associada à Abrapa -, a Associação dos Produtores de Algodão de Tocantins (Apratins). Ela destacou que o CBA é um dos maiores e mais fundamentais eventos para o setor por trazer um grande volume de informações relevantes. A Apratins, criada este ano, surge em meio a uma perspectiva otimista para a cotonicultura no estado, que ainda tem uma pequena área plantada, mas grande potencial. “O nosso maior desafio é aumentar a produtividade e a área cultivada. Vamos ter aumento considerável já este ano”, afirmou. Tocantins possui atualmente uma produção de 275 arrobas/ha e uma área plantada de 8 mil ha. A expectativa é que esse número se amplie com a exploração do interior e a chegada de produtores vindos de outros estados, como Minas Gerais e a vizinha Bahia.

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