Condições climáticas beneficiam a colheita da uva

31.01.2014 | 21:59 (UTC -3)

O Centro Estadual de Meteorologia (CemetRS) publicou nesta sexta-feira (31) seu boletim semanal especial sobre a situação das principais culturas de primavera-verão do Rio Grande do Sul. A publicação também oferece a previsão meteorológica para o período de 31 de janeiro a 6 de fevereiro. O documento destaca que esta semana foi marcada pelas altas temperaturas e distribuição irregular de chuvas pelo Estado.

As precipitações foram mais expressivas nas regiões da Campanha, Extremo Oeste e na Zona Sul, com os maiores volumes de chuva registrados em Jaguarão (118,8 mm), Chuí (91,8 mm), Caçapava do Sul (83 mm) e Encruzilhada do Sul (72,4 mm). Tais condições meteorológicas tiveram consequências para algumas culturas de verão, em especial para a colheita a uva.

Videiras

A colheita da uva, em várias regiões do Estado, tem sido beneficiada pelas altas temperaturas do ar e baixos volumes de chuva registrados. Para a cultura da videira, especialmente na região da Serra Gaúcha, o excesso de precipitação pluvial na etapa de maturação das uvas tende a antecipar a colheita.

Esta prática, adotada pelos viticultores para evitar perdas decorrentes do desenvolvimento de doenças nos cachos (especialmente podridões), diminui a qualidade das uvas destinadas à agroindústria. Atualmente, os baixos volumes de chuva registrados na região no período têm favorecido a colheita das uvas no ponto ótimo.

Soja

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater-RS/ASCAR em 30 de janeiro, em algumas lavouras de soja, a taxa de crescimento das plantas pode ter sido negativamente afetada pela ocorrência de altas temperaturas do ar. No Estado, 66% das lavouras de soja encontram-se, atualmente, em florescimento e enchimento de grãos, períodos críticos para deficiência hídrica.

Caso ocorra a falta de suprimento hídrico e altas temperaturas do ar ao mesmo tempo, pode haver redução no rendimento de grãos de soja. As chuvas de verão previstas para a próxima semana, que ocorrem de forma rápida, localizada e passageira, podem beneficiar algumas lavouras produtoras de grãos que estejam em período critico para definição do rendimento.

Arroz

Na cultura do arroz irrigado, as altas temperaturas do ar e a elevada disponibilidade de radiação solar têm favorecido o desenvolvimento das plantas. No entanto, na região da Campanha, foram registrados casos de abortamento floral. As recomendações técnicas da pesquisa para o cultivo de arroz irrigado no Sul do Brasil indicam que o período conhecido como emborrachamento é o mais sensível à ocorrência de baixas temperaturas do ar.

A segunda fase mais sensível é o florescimento, na qual temperaturas do ar entre 15 a 17°C para genótipos tolerantes ao frio, e de 17°C a 19°C para genótipos sensíveis, causam esterilidade das espiguetas. É importante salientar que altas temperaturas diurnas - superiores a 35°C - também podem causar esterilidade, especialmente quando ocorrem durante o florescimento, etapa em que 35% das lavouras de arroz se encontram atualmente no Estado.

Milho

As lavouras de milho não se encontravam em período crítico no início de dezembro de 2013 e, dessa forma, não tiveram seu ciclo de crescimento e desenvolvimento afetado pela falta de água. A cultura está, atualmente, na etapa de colheita e, de acordo com o Informativo Conjuntural da Emater-RS/ASCAR, não apresentam redução do rendimento de grãos. Esse fato demonstra a importância do suprimento de água no período crítico da cultura do milho, a fim de que se evitem quebras de safra.

O investimento em sistemas de irrigação pode garantir que, independentemente das condições meteorológicas regionais, sejam atingidos altos rendimentos de grãos. Nas lavouras de milho, o momento da irrigação é mais importante do que a quantidade de água utilizada, portanto não é necessário um elevado volume de água. A irrigação deve ser planejada para atender a necessidade hídrica da cultura apenas no período crítico.

Calor intenso na próxima semana

O Boletim do CemetRS aponta para mais uma onda de calor na próxima semana: as temperaturas devem ficar em torno dos 40°C nas cidades mais quentes do Estado. A onda de calor será provocada pela presença de uma massa de ar tropical, que deverá ser umas das mais persistentes dos últimos anos, se estendendo por um período de até 11 dias.

Os valores de temperatura máxima superarão os 34°C, incluindo algumas cidades da Serra do Nordeste. O calor e a alta umidade devem provocar chuvas de verão, principalmente do Centro ao Norte do Estado, mas de forma localizada e passageira.

Os volumes previstos para estas regiões ficam em torno 5 e 20mm.

Entre a segunda-feira (3) e quinta-feira (6), a presença de uma frente fria no Uruguai pode provocar chuva expressiva na Campanha, Zona Sul e parte do Oeste, com volumes que podem ficar entre 50 e 110 mm.

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