ABCSEM realizará evento online e gratuito sobre produção de mudas de hortaliças
Viveiristas e produtores de todo o Brasil poderão participar do evento virtual, que abordará os aspectos mais atuais da produção de mudas no país
Os lubrificantes são indispensáveis para um bom funcionamento de um motor de combustão interna e merecem atenção diária dos operadores de máquinas agrícolas. Lubrificantes em forma de óleo são classificados de acordo com sua viscosidade (SAE) e qualidade (API). Ao iniciar a jornada de trabalho, deve-se verificar o nível de óleo do motor e completar, caso esteja abaixo do nível indicado pelo fabricante e observado na vareta de óleo, Figura 1. Esta manutenção deve ser realizada com o trator desligado, o motor frio e em local nivelado. Qualquer barulho estranho, fumaça excessiva no cano de descarga ou cheiro incomum, é necessária maior atenção.
Mas quando é o momento ideal de realizar a troca total do óleo lubrificante? Alguns especialistas orientam a substituição do óleo lubrificante a cada três meses. Para tratores que operam diariamente, o recomendado é que a troca seja feita a cada 200 horas de serviço. Durante o processo, é fundamental observar as informações no manual da máquina e as especificações do óleo lubrificante utilizado.
É recomendado que, ao trocar o lubrificante, o produtor substitua também o filtro de óleo e realize manutenção do filtro de ar do motor. Observe o manual de sua máquina para atender aos prazos estipulados e não atrase estas manutenções. Um bom funcionamento do trator será fruto de uma boa manutenção.
Os lubrificantes podem ser produzidos com base em substâncias de origem mineral ou sintéticos, geralmente os de origem mineral são de custo de produção reduzido, portanto mais comuns. Os óleos de origem sintética são produzidos em laboratórios.
A principal função dos óleos lubrificantes é reduzir o contato entre as peças metálicas do motor, diminuindo o atrito, o que reduzirá significativamente o desgaste das peças. Os lubrificantes também servem para diminuir o ruído do motor, uma vez que as peças se movimentam de forma mais fácil, e controlar a temperatura do motor, uma vez as peças metálicas funcionando com atrito, geram calor. Além disso, o óleo tem a função de limpeza dos componentes, protegendo contra corrosão e formação de agentes ácidos no interior do motor. Ou seja, óleo lubrificante em bom estado de utilização promoverá maior eficiência do motor, menor consumo de combustível, menor gasto com manutenção, o que visa menor custo operacional para o produtor rural.
A principal característica de um óleo lubrificante é a viscosidade, que é uma propriedade física que garante ao fluido a resistência ao escoamento. Esta viscosidade pode sofrer uma alteração de cerca de 10% quando comparado a um produto novo. Com o uso do óleo lubrificante, o que se observa é a diminuição da viscosidade, o popular “o óleo está afinando”. Esse fenômeno ocorre pelo encontro do óleo com o combustível que acaba vazando de dentro do pistão com o desgaste dos anéis de segmento. Um motor mais usado irá sofrer uma contaminação maior. Ao diminuir a viscosidade, um óleo lubrificante perde sua maior função e expõe o contato entre as peças metálicas do motor.
Em alguns motores é possível observar uma maior viscosidade do óleo, se tornando mais grosso, esse fenômeno ocorre por acúmulo de sujeira no lubrificante, proveniente da queima do combustível, sujeira no ar que entra no motor, pequenas partículas de metal e umidade. Um óleo com alta viscosidade irá dificultar o funcionamento do motor, pois terá menor espalhamento entre as peças, elevando o consumo de combustível e a temperatura.
Ao escolher um óleo lubrificante provavelmente você já observou as seguintes classificações: por exemplo SAE 5W-30. Mas afinal, o que significa esta informação? A sigla SAE vem da organização americana Sociedade dos Engenheiros Automotivos (Society of Automotive Engineers), órgão que criou o parâmetro que padroniza e classifica a viscosidade dos lubrificantes.
Os números 5W-30 são uma referência à viscosidade deste produto. Podemos identificar que é um óleo de multiviscosidade, pois no inverno apresenta o grau de viscosidade 5 e no verão, 30. A letra W vem da palavra winter, inverno em inglês. Quando o motor está em temperaturas mais amenas, o óleo apresenta uma viscosidade mais “grossa” e, à medida que a temperatura ambiente ou do motor aumenta, o óleo vai se ajustando à necessidade, passando a operar com viscosidade 30. Se os números apresentados na embalagem do produto forem maiores, significa que o óleo é mais viscoso, popularmente, mais grosso.
Este avanço tecnológico foi excelente para aumentar a vida útil do motor de combustão interna, desta forma o lubrificante se ajusta à necessidade do motor, adequando-se a viscosidade pela temperatura do motor.
A informação de qual óleo escolher para a sua máquina também deve seguir as recomendações dos fabricantes que estão descritas no manual do trator. Não utilize lubrificantes de viscosidades diferentes em seu equipamento, isto certamente irá diminuir a vida útil e trará prejuízo.
Outra classificação que observamos na embalagem dos óleos lubrificantes se refere ao local de utilização e à qualidade do produto, esta foi elaborada pelo Instituto Americano de Petróleo (API), sendo divididos em três categorias e representados por letras. Os motores a combustão interna que utilizam velas para a explosão do combustível (motores do ciclo OTTO) devem ser lubrificados pelos óleos API “S”. Já para motores a diesel (motores do ciclo Diesel), é utilizada a sigla os API “C”. Finalmente os óleos lubrificantes para engrenagens são os API GL, onde “GL” indica lubrificantes de engrenagens na língua inglesa.
A letra que acompanha a classificação de local de utilização se refere à qualidade do produto, geralmente vinculada à quantidade de aditivos presentes no óleo lubrificante. Ou seja, um óleo CB é de melhor qualidade que um CA e ambos são utilizados em um motor de combustão do ciclo Diesel. Esta melhora se refere à quantidade e à qualidade das substâncias utilizadas na fabricação do produto. Estas substâncias químicas, chamadas de aditivos, podem ser adicionadas aos óleos com finalidades específicas, buscando aumentar características desejáveis e minimizar características indesejáveis. Existem diferentes tipos de aditivos no mercado, como é possível ver no quadro abaixo.
Sempre observe a recomendação do manual do trator para escolher qual lubrificante atende à necessidade da sua máquina e não deixe de realizar as manutenções referidas neste artigo, são rápidas, fáceis e de certo modo baratas em vista do prejuízo que pode vir a ocorrer ao não trocar o lubrificante.
Detergentes dispersantes: substâncias que minimizam a formação de resíduos de carbono, produzidos na combustão.
Antioxidantes: aditivos que evitam a oxidação.
Anticorrosivos: protegem as partes metálicas da corrosão, podendo proteger o metal da umidade e/ou proteger o metal de outras substâncias corrosivas.
Antiespumantes: impedem a formação de espuma, que limitam a capacidade de lubrificação.
Extrema pressão: substâncias que impedem que a película formada entre partes em contato se desfaça.
Melhoradores do índice de viscosidade: substâncias que atuam em função da variação de temperatura, com a finalidade de diminuir os efeitos da temperatura na viscosidade dos óleos.
Abaixadores do ponto de fluidez: têm a finalidade de evitar a acumulação de cristais de parafina, que obstruem a circulação do óleo.
Anticongelante: compostos que evitam o congelamento dos lubrificantes em baixas temperaturas.
Flávio Coutinho Longui, UFBA; Daniel Mariano Leite, UNIVASF; Marconi Ribeiro Furtado Júnior, UFV
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