Com robôs, produtividade da indústria de máquinas para agropecuária vive novo salto

CEO da Casale Equipamentos explica que a implementação melhorou em 65% a produtividade das peças produzidas pelos robôs

25.05.2022 | 14:14 (UTC -3)
Débora Borja
Mário Casale, CEO da Casale
Mário Casale, CEO da Casale

Automação é uma palavra que sempre ouvimos quando falamos sobre as atividades industriais. Tendência em diversos setores, na indústria de máquinas a implementação de recursos como robôs é apontada como um dos fatores responsáveis pela alta na produtividade do segmento. A produção de máquinas para agropecuária, por exemplo, tem vivido um novo salto com a utilização de técnicas envolvendo automação.

É o caso da Casale Equipamentos, tradicional empresa produtora de máquinas para pecuária, que recentemente adquiriu um robô de grande porte que auxilia na produção de misturadores de ração para gado confinado e semiconfinado. O equipamento, produzido pela fabricante japonesa Famuc, é chamado de ‘célula de solda robotizada’ e contribui na solda de grandes insumos metálicos, parte importante da constituição dos misturadores, principal produto da casa.

“O avanço no processo da automação representa um marco importante na nossa empresa e no setor como um todo”, explica Mario Casale, CEO da companhia. Segundo ele, a máquina, que começou a entrar em operação em fevereiro de 2022, aumenta em 65% a produtividade do processo de solda das peças que produz, acelerando todo o processo. “Estamos vivendo um bom período, em que conseguimos manter e até aumentar a produtividade, num contexto macroeconômico difícil. Ferramentas como robôs são aliadas neste processo”, completa.

Na implementação do equipamento, foi necessário o empenho de 11 pessoas diretamente e de 585 horas de treinamento para que todas as pessoas envolvidas aprendessem a lidar com o novo maquinário. De grandes proporções, o robô é a primeira iniciativa da empresa na direção da automação dos processos de produção. “É uma tendência que beneficia o produtor e incentiva a capacitação de toda a equipe”, afirma Mario.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a automação no agronegócio pode ser compreendida como um sistema no qual os processos operacionais de produção são monitorados, controlados e executados por meio de máquinas e/ou dispositivos mecânicos, eletrônicos ou computacionais, ampliando a capacidade do trabalho humano. Outros recursos envolvendo a automação, além da robotização da produção, são softwares, tratores autônomos, drones, Inteligência Artificial, Big Data e Internet das Coisas, compondo o que chamamos de Indústria 4.0.

Em pesquisa feita através da parceria entre a Embrapa, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2020, concluiu-se que 84% dos produtores brasileiros utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola. Em 2020, foi constatado um aumento de 3% no processo de automação da indústria brasileira em relação ao ano anterior, segundo o Índice Brasileiro de Automação, iniciativa da Associação Brasileira de Automação. Desde que o índice começou a ser registrado, em 2016, houve um crescimento percentual de 7%.

“Apesar da prolongada crise, o agronegócio e a indústria brasileira têm sido resilientes e buscado saídas inovadoras para se firmarem como importantes âncoras das nossas atividades econômicas”, conclui Mario Casale. O futuro da indústria de máquinas agropecuárias, como outros setores, passa pela modernização e automação de suas práticas como recurso para o aumento de sua produtividade.

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