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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou painéis do Projeto Campo Futuro para levantar os custos de produção de cana-de-açúcar e algodão nas regiões Nordeste e Centro-oeste.
Os encontros virtuais são resultados das medidas de segurança adotadas pela CNA para evitar o contágio por coronavírus e continuar o levantamento das informações sobre a realidade produtiva das atividades pesquisadas.
O painel de cana ocorreu na quarta-feira, 9 de setembro, com produtores do município de Nova Olímpia, em Mato Grosso. Segundo o assessor técnico da CNA, Rogério Avellar, a propriedade modal da região possui 1.000 hectares, com cultivo de cana-de-açúcar em sistema de plantio 100% manual e colheita 100% mecanizada com máquinas próprias.
“Durante o levantamento, foi constatada uma queda da produtividade em relação ao ano passado, devido à seca prolongada na região. Na última safra, os produtores contabilizaram 75 toneladas por hectare. Neste ano, o número caiu para 72 toneladas por hectare”.
Dados preliminares revelaram que, nesta safra, os produtores de cana de Nova Olímpia tiveram receita média de R$ 87,40 por tonelada de cana, um Custo Operacional Total (COT) de R$ 72,23, margem líquida de R$ 15,21 e Custo Total de R$ 90,47, totalizando em prejuízo de 3 reais por tonelada de cana.
Os levantamentos de custos de produção do algodão ocorreram na terça-feira, 8 de setembro, e na quarta-feira (09/09), nos municípios de Barreiras (BA) e Uruçuí (PI), respectivamente. Segundo o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, no município baiano, os produtores informaram que a safra foi positiva em termos de rendimento.
“A produtividade da região ficou 18% acima da média do ano passado e o preço praticado avançou 26%. Esse aumento de produtividade e preço, que gerou uma melhor margem na última safra de algodão, é resultado do bom cenário de comercialização e da taxa de câmbio mais favorável”.
Já em Uruçuí (PI), houve atraso do plantio de algodão, em razão das condições climáticas. Os produtores rurais também destacaram problemas de produtividade, com redução média de 18% das lavouras.
De acordo com dados do levantamento, os custos tiveram avanço de 12% em relação ao ano passado. Com a taxa de câmbio favorável, houve aumento de 9% nos preços praticados. Os insumos foram responsáveis por 63% do Custo Operacional Efetivo (COE) de formação da lavoura de algodão. Destaque para os custos com fertilizantes (21%) e sementes (14%).
Além do apoio das Federações e sindicatos rurais, os levantamentos de custos contaram com o apoio da Associação Piauiense dos Produtores de Algodão (Apipa), da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
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