Produção de açúcar registra alta de 9,3% na reta final da safra no Norte e Nordeste
Já a produção de etanol hidratado cresceu 11,8%
Nos últimos meses, a grande preocupação da produção agrícola nacional atendia pelo nome de El Niño. Esse fenômeno trouxe muitos problemas, tanto por conta das altas temperaturas, quanto pelo estresse hídrico. A boa notícia é que o seu enfraquecimento é evidente e já não assusta mais como em meses anteriores. Mas, o mês de abril reserva outros pontos de atenção para os agricultores, já que o cenário deve ser de variações de temperatura e padrão de chuvas irregular.
“Abril será caracterizado por temperaturas acima da média na região central do país e por um padrão bastante irregular de chuvas. Esses fatores com toda a certeza vão demandar atenção redobrada dos produtores rurais e profissionais do agronegócio”, explica o meteorologista e diretor da Ignitia Inteligência Climática, João Rodrigo de Castro.
Na região Sudeste, a combinação de temperaturas elevadas com baixa pluviosidade vão demandar uma gestão cuidadosa dos recursos hídricos, comenta Castro. “Produtores de milho safrinha e feijão segunda safra, cuja produtividade depende de condições climáticas favoráveis precisam de muita atenção. O café, em fase de granação e a soja, em fase de maturação e colheita, precisarão de estratégias adaptativas para enfrentar o estresse hídrico”.
No Sul do país, as maiores preocupações serão milho safrinha e soja em final de ciclo. O manejo adequado da irrigação deverá ser fundamental para compensar a escassez de chuvas, enquanto a colheita do arroz e do milho primeira safra devem acontecer sem grandes problemas, em decorrência de um clima mais seco.
Segundo levantamento da Ignitia, o Nordeste deve apresentar um cenário otimista para milho e feijão, beneficiadas por chuvas acima da média. Mas, a soja pode sofrer com excesso de umidade, interferindo na fase de colheita.
A falta de chuvas deve ser um grande obstáculo no Centro-Oeste. “O clima seco vai beneficiar a colheita da soja, mas exigirá monitoramento para o cultivo de algodão e feijão segunda safra”, comenta.
“É fato que o monitoramento climático contínuo é uma ferramenta essencial, pois só assim, é possível analisar as necessidades de cada cultura com precisão, mitigando problemas, inclusive. O ajuste ou reajuste dos calendários de plantio e colheita e a implementação de sistemas de irrigação eficientes também são medidas que podem mitigar os impactos adversos do clima”, finaliza Castro.
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