Cientistas brasileiros e dinamarqueses discutem soluções para sistemas alimentares sustentáveis

Workshop internacional “Ideias para agregação de valor de resíduos para sistemas alimentares saudáveis: do produto ao mercado” ocorreu no dia 23 de novembro

26.11.2021 | 15:22 (UTC -3)
Embrapa

O workshop internacional “Ideias para agregação de valor de resíduos para sistemas alimentares saudáveis: do produto ao mercado” ocorreu no dia 23 de novembro, e contou com a participação cerca de 20 participantes. O evento, que foi realizado em formato virtual devido à pandemia de Covid-19, finaliza as atividades de um projeto financiado pela Agência Dinamarquesa para a Ciência e Educação Superior (Danish Agency for Science and Higher Education, em inglês), conduzido por pesquisadores dinamarqueses da Universidade da Aarhus (Dinamarca) e pesquisadores brasileiros da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ). 

Após apresentações institucionais, a dinâmica do encontro seguiu com uma rodada de apresentações de pesquisas em andamento pelas equipes da Dinamarca e do Brasil. Da Universidade de Arrhus foi apresentado um amplo e diverso conjunto de pesquisas ligadas às tecnologias e estudos de percepção do consumidor sobre produtos mais sustentáveis e saudáveis, tais como embalagens, alimentos funcionais e à base de plantas. Da Embrapa Agroindústria de Alimentos, foram apresentaram os resultados mais recentes e pesquisas em andamento sobre técnicas avançadas de processamento de alimentos, bioprodutos, bioacessibilidade de frutas tropicais, reaproveitamento de resíduos agroindustriais, e percepção dos consumidores brasileiros sobre produtos a base de plantas, rotulagem de alimentos e carne de baixo carbono. “Creio que este projeto gerou uma oportunidade valiosa de estabelecermos um canal de diálogo permanente com uma equipe de pesquisa na área de alimentos reconhecida internacionalmente, muito produtiva e de fácil relacionamento. Tivemos oportunidade de conduzir pesquisas em conjunto durante dois anos e estamos agora articulando novas ações para os próximos”, afirma Rosires Deliza, pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos e ponto focal do projeto no Brasil.

Ideias para sistemas alimentares sustentáveis

Sob liderança de Jessica Aschemann-Witzel, diretora do Departamento de Gestão da Universidade de Aarhus e do MAPP Centre - Centro de Pesquisa em Agregação de Valor no Setor de Alimentos, o projeto buscou aproximar e fortalecer o intercâmbio científico e tecnológico entre pesquisadores da Dinamarca e do Brasil, em prol de soluções tecnológicas para a sustentabilidade dos sistemas alimentares. “Gostaríamos de ter recebido os cientistas brasileiros aqui na Dinamarca em 2021, para pessoalmente discutirmos oportunidades de cooperação científica, mas realizamos hoje esse encontro virtual e seguimos em contato para oportunidades futuras”, sinalizou a dinamarquesa, Jessica Aschemann-Witzel.

Em 2019, um evento similar reuniu presencialmente pesquisadores dinamarqueses e brasileiros na Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro, contando com a participação de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Decorrente desta iniciativa foram articuladas pesquisas conjuntas, que resultaram na publicação de dois artigos em revistas científicas internacionais em 2021: “Taste perceptions mediate the effect of a health goal on food choice” e “Sustainable use of tropical fruits? Challenges and opportunities of applying the waste-to-value concept to international value chains”, ambos disponíveis em plataformas de dados abertos. Também estão em produção dois novos artigos pelos pesquisadores brasileiros e dinamarqueses a serem publicados em 2022.

Decorrente das apresentações deste último encontro, novos temas para pesquisa conjunta foram identificados, tais como alimentos proteicos produzidos em laboratório, fontes alternativas de proteína, uso de compostos bioativos de frutas tropicais e produtos veganos. É um sinal de que os pesquisadores estão alinhados e atentos às atuais tendências e demandas do mercado consumidor.

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