Cientistas avaliam produtividade hídrica em lavouras de cana

A cana-de-açúcar enfrenta desafios crescentes relacionados à produtividade hídrica. Pesquisadores analisaram como variáveis climáticas, práticas de manejo e zonas de manejo de solo (SMZs) afetam a produtividade hídrica (WP) da cana.

Conforme os cientistas, foram utilizados dados de mais de 8 mil parcelas ao longo de cinco anos, combinando medições de campo com modelos de simulação de evapotranspiração e rendimento potencial.

Algumas de suas principais descobertas:

• As condições climáticas foram responsáveis por 46,2% da variação na produtividade hídrica (WPa), sendo a precipitação o principal fator, explicando 29,5% da variabilidade total.

• Períodos de seca severa, como o ocorrido em 2014, reduziram significativamente a WPa.

• As práticas de manejo contribuíram com 40,5% para a variação da WPa. Entre elas, a aplicação de vinhaça mostrou impacto positivo.

• As SMZs apresentaram variação significativa na WPa, com os melhores solos (SMZ I) registrando maiores rendimentos e eficiência no uso da água, enquanto os solos mais degradados (SMZ V) apresentaram desempenho inferior.

O estudo destaca a necessidade de priorizar práticas de manejo sustentáveis, como o uso estratégico de vinhaça e o ajuste dos ciclos de cultivo, para mitigar os impactos da variabilidade climática. Além disso, investir na recuperação de solos degradados pode ampliar a eficiência hídrica e a produtividade agrícola.

Produtividade hídrica é definida como a razão entre o rendimento da cultura por unidade de água usada. Ela tem sido reconhecida como indicador da eficiência do uso da água para fins de comparação de culturas.

Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1590/1678-992X-2023-0130